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Sorocaba

Destino do elefante Sandro é assunto nas redes sociais

Necessidade pela mudança se deu após a morte de sua companheira, a fêmea asiática Haisa, no dia 18 de novembro de 2020

24 de Outubro de 2021 às 00:01
Kally Momesso [email protected]
Sandro está sozinho no Quinzinho desde a morte da companheira Haisa, em 18 de novembro de 2020.
Sandro está sozinho no Quinzinho desde a morte da companheira Haisa, em 18 de novembro de 2020. (Crédito: SECOM SOROCABA)

Circula nas redes sociais a campanha Sandro vai para o SEB, pedindo que a população assine a petição para que o elefante Sandro - que atualmente está no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba, seja encaminhado para um santuário de elefantes.

A necessidade pela mudança se deu após a morte de sua companheira, a fêmea asiática Haisa, no dia 18 de novembro de 2020. A princípio, a Prefeitura estuda enviar o animal para outro zoológico, no Rio de Janeiro. O santuário está localizado no município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso.

Sandro é um elefante asiático de 50 anos de idade, em ótimo estado de saúde, que vive há 30 anos no Quinzinho. Ele esteve ao lado de Haisa por 25 anos e, por isso, pode sofrer com a solidão e a saudade da parceira. Assim, em dezembro de 2020, a Secretaria de Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) decidiu pela destinação de Sandro a outro local.

Na mesma época, o promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo em Sorocaba, Dr. Jorge Alberto de Oliveira Marum, emitiu uma recomendação apoiando a transferência de Sandro para o Santuário de Elefantes Brasil (SEB).

De acordo com o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, o SEB comunicou a equipe da pasta que tem o desejo e a capacidade para receber Sandro. Entretanto, no segundo semestre de 2021, a Secretaria demonstrou interesse pela transferência de Sandro para o zoológico do Rio de Janeiro. Marum explicou que fez a recomendação em dezembro, mas que a administração municipal parecia ter razão sobre a decisão em um ponto: “o recinto dos elefantes machos no Santuário ainda não estava pronto. Agora parece que está sendo concluído”, informou ele.

O promotor afirmou ainda que o Santuário pode oferecer maior qualidade de vida ao animal. “É evidente que é muito melhor para um animal - como o elefante - viver solto numa área ampla, parecida com seu hábitat natural e sem visitação do que num zoológico, por melhor que este seja”, disse.

Conforme o Santuário de Elefantes Brasil, o isolamento, contenção, má alimentação, abuso, falta de exercícios físicos adequados e cuidados médicos apropriados, afetam física e psicologicamente os elefantes. “Não existem, além do Santuário, lugares que satisfaçam suas necessidades básicas, que lhes proporcionem uma vida que reproduza sua existência natural, com mínima interferência humana e com o apoio e cuidados necessários”, relata o site.

Em resposta ao Cruzeiro do Sul, a Secretaria de Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal informou que a situação do elefante Sandro aguarda alinhamento com o Ministério Público. A pasta afirmou que busca sempre o melhor para o bem-estar do animal.

Polêmicas envolvendo Haisa

Pouco antes da morte de Haisa, o caso repercutiu com um vídeo publicado na internet lançando dúvidas sobre o estado de saúde e as condições de tratamento dela. No vídeo, o autor afirmou que o animal estava com as patas inflamadas, com dificuldades de se locomover e cobrou previdências por parte da administração municipal. Na ocasião, a Prefeitura justificou a situação afirmando que Haisa estava com artrose e que recebia os cuidados necessários.

Horas antes da morte, o MP instaurou procedimento preparatório para inquérito civil sobre o estado de saúde do animal. O promotor Marum, autor da portaria, pediu à Prefeitura de Sorocaba informações sobre as condições do animal. Os laudos realizados pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) apontaram morte natural em função da idade avançada de Haisa. (Kally Momesso - programa de estágio)