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Transporte Público

Transporte intermunicipal é alvo de mais reclamações

Essa é a segunda vez, em uma semana, que a mesma empresa recebe reclamações de passageiros

19 de Outubro de 2021 às 14:00
Virginia Kleinhappel Valio [email protected]
(Crédito: Arquivo pessoal / Maria da Silva)

A empresa Rápido Campinas é alvo de mais uma reclamação de passageiros que precisam utilizar as linhas intermunicipais do Estado de São Paulo. Dessa vez, a reclamação é do auxiliar operacional, William de Camargo, 32 anos, que enfrenta a superlotação e escassez de horários, todos os dias, na linha Sorocaba-Araçoiaba da Serra, administrada pela empresa Rápido Campinas.

Segundo o passageiro, os ônibus estão funcionando com a capacidade acima do permitido. Além da superlotação, o passageiro afirma ser comum, inclusive, que o ônibus não pare nos pontos, devido à lotação, deixando assim os passageiros do ponto esperando pela próxima linha.

Ele lembra também que somente no horário de pico as linhas funcionam com intervalo de uma em uma hora, nos demais horários, a linha funciona de duas em duas horas, ocasionando acúmulo de passageiros e, consequentemente, superlotação dos ônibus.

E não é somente a superlotação e os horários que não ajudam a população que precisa trabalhar, há também a precariedade dos veículos utilizados pela empresa. “Uma vez até fiquei com medo, o ônibus começou a balançar, e o motorista falou que era problema no eixo. A qualidade é bem precária, estão bastante sucateados”, conta.

Em nota, a Rápido Campinas diz que atende a atual demanda de passageiros entre Sorocaba a Itu, com 20 partidas por sentido, em dias úteis, e atende a demanda de passageiros entre Araçoiaba da Serra a Sorocaba com 21 partidas por sentido, por meio das linhas comuns 6320 e 6321, e com mais 12 partidas por sentido, por meio da linha seletiva 6108, totalizando 33 partidas por sentido entre Araçoiaba da Serra e Sorocaba.

A empresa ressalta que nos horários de pico - manhã e tarde - mantém a operação de 15 e 30 minutos; e de 60 minutos nos horários entre pico. Os veículos operantes têm capacidade para transportar até 78 passageiros, 33 sentados e 45 em pé.

Ainda, de acordo com a empresa, considerando o índice de renovação de passageiros no período, não tem ocorrido excesso, conforme apontam as estatísticas diárias por horários operados. E explica ainda que alguns excessos podem ocorrer de forma casual em determinados horários por fatores imprevisíveis. Como medida, o departamento de operação providencia carro extra pra suprir a demanda e corrigir a operação.

Sobre as condições dos veículos, a Rápido Campinas esclarece que a atual frota que opera as linhas metropolitanas são veículos vistoriados e inspecionados pela EMTU e estão dentro dos padrões exigidos pela legislação. A média de idade da frota operacional atual é de sete anos de idade e os veículos em operação passam periodicamente por manutenção preventiva e corretiva.

Conforme a nota, a empresa tomará as providências necessárias para manter o distanciamento social, bem como ações de higienização dos veículos operantes, respeitando sempre o limite de capacidade de usuários nos veículos operantes da linha.

Por fim, esclarecem que estarão atentos ao movimento de passageiros nos horários de pico e, havendo necessidade, irão disponibilizar veículos com maior capacidade de ocupação no período em que ocorre a maior demanda ou, até mesmo, reprogramar a grade horária, para assim, evitar o excesso de lotação nos horários de pico.

Caso recorrente

Imagens do dia 11 de outubro mostravam um ônibus da empresa Rápido Campinas, da linha Sorocaba-Itu, com superlotação de passageiros. De acordo com Maria de Jesus da Silva, 60 anos, professora da rede estadual de ensino, isso é frequente na linha Sorocaba-Itu. No vídeo, é possível ver pessoas de pé, apertadas, sem segurança e com possível número de pessoas acima da capacidade permitida.

 

 

 

Para a funcionária pública, são inúmeros os problemas, entre eles, a falta de iluminação nos pontos de ônibus ao entorno dos terminais e rodoviária, precariedade do veículo, alta velocidade do motorista e excesso de passageiros. “Eu observei o pior desrespeito com as pessoas, é desumano o que fazem com as pessoas ali. Isso vem acontecendo desde o ano passado. Era mais precário, mas tem muito ainda o que melhorar”, desabafa.

Ela enfatiza que foram enviados vídeos e depoimentos de passageiros à ouvidoria da empresa, bem como à Prefeitura de Sorocaba. Em nenhuma das ocasiões, houve retorno aos passageiros.