Buscar no Cruzeiro

Buscar

Sorocaba

Três locais para rodoviária estão em estudo

19 de Outubro de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério / Arquivo JCS (11/12/2020))

A Prefeitura de Sorocaba está realizado o estudo técnico de três pontos -- incluindo os terrenos no bairro Santa Rosália -- para a construção da nova rodoviária da cidade. O resultado final desse trabalho deverá ser apresentado na primeira semana de novembro. A informação foi confirmada ontem (18), pelo próprio município.

De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico (Semob), a pasta realiza um estudo técnico de três pontos, considerados pelo Executivo, como “ideais para o projeto na cidade, incluindo o ponto nas imediações do Jardim Santa Rosália”. Isso, ainda conforme a Prefeitura, para que o assunto possa ser amplamente discutido com a população. “O estudo técnico”, garante o Executivo, “será entregue para análise até a primeira semana de novembro, incluindo a localização desses pontos”.

O “retorno” de Santa Rosália nos planos da Prefeitura de Sorocaba volta cinco dias depois da suspensão, anunciada na semana passada pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). O prefeito afirmou na data que a Urbes - Trânsito e Transportes faria o levantamento e análise técnica de outras áreas na cidade. “Nosso governo é baseado no diálogo, então, não vamos fazer nada que seja contra a vontade popular, embora o local em Santa Rosália seja uma localização estratégica. Já solicitei à Urbes que faça novos estudos e apresente outras áreas‘, afirmou na ocasião.

O projeto foi apresentado a uma comissão de moradores do bairro Santa Rosália no dia 5 de outubro. A apresentação aconteceu na sede da Urbes, onde a maioria das pessoas, que participaram do encontro, mostrou-se contra o novo empreendimento no local. Em setembro, houve protestos dos moradores em suas redidências contra a implantação do empreendimento.

Trabalho de conclusão de curso

Uma nova rodoviária para Sorocaba foi tema de um trabalho de conclusão de curso da então estudante de arquitetura e urbanismo, Ariane Pini. Ela recordou da questão com a polêmica dos últimos dias, envolvendo a área de Santa Rosália. Ariane, inclusive considera o local inadequado. A área sugerida por ela fica na rodovia Senador José Ermírio de Moraes (SP-75), também chamada de Castelinho. Segundo a arquiteta, entre os benefícios do local está a questão da mobilidade. Para isso, ela cita a rodovia e também o viaduto que cruza a via, ligando a região do Éden com o bairro Iporanga II, pela avenida Hollingswort, como facilidades para a saída a Castelo Branco e Raposo Tavares.

O projeto, de 2010, tinha previsão de 32 plataformas de embarque e desembarque para ônibus, setorizadas por demanda de linhas intermunicipais, estaduais, interestaduais e internacionais. À época, havia ainda a previsão de estacionamento com 250 vagas para carros e vans, 50 vagas para motos e 60 vagas para bicicletas. Além disso, havia ainda mais 20 vagas rápidas de embarque e desembarque de passageiros;

Ainda pelo projeto, o rodoviária teria um mini terminal de integração para a linha municipal interbairros, além de 32 guichês de venda de passagens, posto de informações, posto policial e guarda volumes e achados e perdidos. No trabalho havia ainda a administração do terminal, 38 módulos para lojas, 28 módulos para restaurantes e fast-foods, praça de alimentação e sanitários. O projeto ainda prevê uma interligação de fluxo da nova rodoviária com a avenida Independência. Com um prédio principal, o projeto contaria com outros cinco prédios anexos. Toda a área teria ao menos 32 mil metros quadrados de área construída.

Além do prédio de manutenção e garagem de ônibus, os profissionais -- motoristas -- também teriam área de descanso, sala de televisão, salas de higienização e vestiários. Ainda havia a previsão de áreas de convivência para passageiros e visitantes, espaço para caixas eletrônicos, jardins de contemplação e interação de visitantes, salas de espera, refeitórios, painel informativo de circulação interna, espelhos d’água. Os prédios seriam dotados de elevadores, escadas rolantes, rampas e escadas convencionais.

O projeto, conforme a arquiteta, também foi apresentado em uma audiência pública, em 2017, sobre mobilidade urbana. De acordo com Ariane, apesar de passados mais de 10 anos, a proposta continua atual, mesmo necessitando de uma nova análise, por causa, por exemplo, do BRT e do transporte com uso de aplicativos, que não eram presentes na ocasião do projeto. Ela ainda lembra que a proposta se adequa às questões ambientais e legais. “O projeto tem, por exemplo, a premissa de fazer um saneamento ecológico e de tratamento de esgoto e captação de água, que até instituições públicas atuais e outros espaços não têm. O terreno também está disponível”, acrescenta. (Marcel Scinocca)