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Economia

Taxas de corte e religação de serviços públicos deixam contas mais caras

Em Sorocaba, há casos de aumento em 213,5% no valor inicial da fatura

18 de Outubro de 2021 às 18:52
Wilma Antunes [email protected]
Funcionário do Saae verifica um hidrômetro instalado em Sorocaba. Crédito da foto: Divulgação
Usuário precisa ser avisado previamente sobre os cortes. (Crédito: Divulgação)

As milhares de demissões durante a pandemia de Covid-19 resultaram em um preço muito alto a se pagar. Os reflexos da crise econômica impactaram, principalmente, no pagamento de contas. Em Sorocaba, uma das reclamações são as taxas cobradas para corte e religação de serviços públicos, como água e luz.

Há casos em que o valor, com a adição das tarifas, quase se triplica. O procedimento causa indignação entre populares, pois, se o orçamento familiar já não cobre a conta, com a adição das taxas, o pagamento torna-se ainda mais difícil.

No Jardim Botucatu, a aposentada Eva Pereira Rocha enfrenta uma dor de cabeça com o corte de água em sua casa. O valor inicial de sua conta era de R$ 57,47, incluindo tarifas de água e esgoto. O dinheiro que a aposentada recebe não foi suficiente para cobrir todos os gastos, então, algumas contas ficaram para trás. Porém, Eva diz ter sido pega de surpresa com a cobrança para realizar o corte do serviço.

“Então quer dizer que além de pagar para religar, eu tenho que pagar para cortarem a minha água? Eu não sabia que isso acontecia. Eu não acho isso justo”, indigna-se Eva. Somando o valor da conta de água da moradora e as tarifas de supressão (quando há o corte) e de religação, o preço total subiu para R$ 180, 19, um aumento de 213,5%.

Em resposta à reportagem, o Serviço Autônomo da Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba informou que a cobrança das taxas de corte e religação está prevista na lei. O usuário é advertido, por meio da fatura mensal de consumo, sobre os débitos em aberto e que o serviço está passível de corte. Além disso, antes da supressão, o munícipe recebe mais uma notificação prévia de aviso.

Ainda conforme a autarquia, as taxas são fixadas e autorizadas pela Agência Reguladora (ARES-PCJ). Somente este órgão pode fazer alterações nas tarifas. A última tabela em vigor foi autorizada em 31 de agosto de 2018 e prevê o valor de R$ 61,36 tanto para corte, quanto para religação. “As taxas podem ser parceladas em até três vezes, porém, se não houver pagamento nas faturas subsequentes, o serviço é passível de nova supressão”, afirma o Saae.