Com apenas 16 anos, a estudante Nicóle Rolim dos Santos, de Salto de Pirapora, já dá seus primeiros passos para realizar o seu grande sonho: ser engenheira química. A jovem ganhou medalha de ouro na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) deste ano. Ela cursa o segundo ano do ensino médio em uma escola particular da cidade, onde conseguiu bolsa de estudos integral.

As expectativas de Nicóle já estavam altas desde que ela finalizou a prova da segunda fase, em setembro. Mas a alegria realmente tomou conta quando o resultado final foi divulgado. “Quando eu abri o site da olimpíada e vi que ganhei outra medalha de ouro, fiquei muito feliz e, principalmente, grata. Me senti muito satisfeita por ter honrado todo o incentivo que a minha mãe me deu nos estudos e ter aproveitado ao máximo as oportunidades que tive na vida”, emociona-se a jovem.

A adolescente diz que sua preparação consistiu-se numa rotina diária de estudos, com base no conteúdo programático da olimpíada. Ela conta que, de manhã, ia para a escola e, à tarde, focava na preparação para a ONC e vestibulares. Para complementar o aprendizado, a estudante também assistia aulas on-line do cursinho pré-vestibular.

“Eu chego da escola por volta de 12h30 e estudo pelo cursinho das 14h às 18h. Somando as horas da escola com as horas do cursinho, são cerca de oito horas de estudo, já tirando os intervalos que eu faço”, explica a menina.

A mãe de Nicóle, Patrícia Rolim da Silva, é professora e transborda orgulho ao falar da filha. “Sempre tive muito orgulho da Nicóle. Desde pequena, ela sempre assumiu responsabilidades compatíveis com sua idade. Cuidava organizadamente de seus pertences. Sempre incentivei e cobrei isso. Na vida escolar, ao entrar no primeiro ano do fundamental I, era medalhista de todas as olimpíadas escolares. Sempre estive a frente dos estudos, de forma a incentivar a importância de aprender e não apenas estudar”.

A garota também foi uma das selecionadas para curso Meninas com Ciência, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em 2018. Ela conquistou uma vaga das 50 disponíveis e concorreu com estudantes de escolas públicas e da rede privada de ensino. Para a jovem, a experiência foi “incrível” e permitiu que ela conhecesse outras meninas com os mesmos interesses que os seus.

“Eu sempre me senti muito deslocada nesse sentido, porque parecia que não conseguia achar ninguém da minha idade com as mesmas metas. As aulas aconteciam em período integral nos sábados, em novembro de 2017. As organizadoras foram muito atenciosas com todas nós, as palestras e as dinâmicas despertaram ainda mais meu interesse pela ciência”, relembra.

Em 2020, aos 15 anos, a estudante também foi aprovada para o curso de engenharia química no Centro Universitário Facens, com bolsa 100%. Ela não pôde ingressar à instituição por ainda estar no primeiro ano do ensino médio. Mas a conquista já encheu a jovem de esperanças para um futuro acadêmico promissor.

Nicóle destaca que a pandemia de Covid-19 não teve grandes impactos em seus estudos. Por conta do cursinho pré-vestibular, ela já estava, de certa forma, acostumada com o Ensino à Distância (EAD). “Me considero uma pessoa muito organizada, e, quando você sabe a sua motivação, é mais fácil lidar com situações atípicas”, salienta.

ONC

A Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) é um evento técnico e científico, organizado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação (MCTI). A ação constitui um programa da Associação Brasileira de Química (ABQ), Departamento de História da UNICAMP, Instituto Butantã, Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), Sociedade Brasileira de Física (SBF), responsáveis por sua execução.

A olimpíada tem como objetivo despertar e estimular o interesse dos alunos pelo estudo das ciências naturais além de estimular a aproximação das instituições de ensino superior, os institutos de pesquisa e sociedades científicas das instituições do ensino médio e do ensino fundamental.

Podem participar da ONC os estudantes que estiverem regularmente matriculados no ensino fundamental II (6º, 7º, 8º ou 9º ano); no ensino médio (1ª, 2ª ou 3ª série); e estudantes da 4ª série do ensino técnico, bem como estudantes da educação de jovens e adultos das séries ou anos citados acima. Para competir, o aluno não pode ter ingressado em curso superior.