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Cerimônia

Conheça algumas razões para se optar pela cremação

De uma homenagem especial aos cuidados com o meio ambiente, a cremação permite uma série de possibilidades, todas com praticidade

09 de Outubro de 2021 às 21:35
Kally Momesso [email protected]
Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba oferece opções nas cremações.
Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba oferece opções nas cremações. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Carlinhos Caju, radialista, dedicou a sua vida ao rádio. Quando morrer, ele não quer que seu corpo fique em um cemitério e tampouco deseja uma cerimônia tradicional. Em vez disso, Caju sonha com uma cerimônia de despedida que honre a sua paixão pela profissão: ele quer ser cremado e que suas cinzas sejam espalhadas em uma torre de rádio.

‘Eu nunca quis ser sepultado. Desde que descobri que existe a cremação, falo para os meus familiares que quero ser cremado. Desde os seis anos de idade, sempre quis ser radialista. Então, quando eu morrer, quero que as minhas cinzas sejam espalhadas no pé de uma torre de rádio; algum lugar que tenha simbolismo com rádio‘, afirma Caju.

O grande destaque da cremação, para Carlinhos, é a possibilidade de uma cerimônia personalizada. Segundo ele, é compreensível que algumas pessoas ainda desejem fazer o sepultamento formal, tradicional. Entretanto, o radialista considera que a cremação possibilita despedidas que atendem melhor ao seu desejo, registrando a sua história.

Há uma variedade de urnas com vários modelos, para todos os gostos e necessidades. - Divulgação
Há uma variedade de urnas com vários modelos, para todos os gostos e necessidades. (crédito: Divulgação)

O profissional explica que não quer ficar em um cemitério por este ocupar muito espaço e pelos impactos ambientais que causa. ‘Além de eu acreditar que o cemitério ocupa um espaço gigante, vai chegar uma hora em que não vai mais ter espaço, como em Votorantim. O cemitério não tem lugar para mais ninguém. Além disso, polui o solo, lençol freático. Já com a cremação, você ainda pode ficar onde você quiser‘, diz.

Pensando em tornar o mundo mais sustentável, Caju lembra que, ao se falar sobre a preservação ambiental, as pessoas deveriam se atentar a esse costume que, segundo ele, é prejudicial ao meio ambiente. ‘Em tempos em que a gente discute tanto a preservação do meio ambiente, não deveríamos construir cemitérios gigantes; está na hora de revermos alguns hábitos‘.

Assim como Caju, existem muitas pessoas que optam pelo processo de cremação para realizar despedidas que respeitem e homenageiem a história de vida da pessoa que se foi. Entretanto, os números ainda são tímidos no Brasil, onde os tradicionais enterros estão enraizados na cultura. Segundo dados do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), entre 8% a 9% dos mortos no Brasil são cremados. Por sua vez, outras pesquisas mostram que a cremação pode variar entre 70% a 100% em outros países ao redor do mundo.

Falta de espaço, economia, meio ambiente e personalização da despedida

A gerente geral da Ofebas, Patricia Peixoto, e a gerente comercial, Gleice Leitão: atendimento humanizado. - DIVULGAÇÃO
A gerente geral da Ofebas, Patricia Peixoto, e a gerente comercial, Gleice Leitão: atendimento humanizado. (crédito: DIVULGAÇÃO)

Gleice Leitão, gerente comercial da Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebas), explica que a cremação pode ser uma opção menos agressiva ao meio ambiente. ‘Quando falamos em cremação, a primeira coisa que devemos pensar é no meio ambiente. O problema de hoje é que os nossos cemitérios já não têm mais estrutura para suportar a forte demanda‘, afirma ela.

Ela também lembra o caso do cemitério de Votorantim, que foi alvo de questionamentos de vereadores em setembro deste ano. Parlamentares e munícipes pedem a construção de um novo cemitério ou a ampliação do existente, por já ter ultrapassado a sua capacidade máxima. ‘A cidade de Votorantim está passando por um momento muito complicado. A gente tem um problema de meio ambiente, de saúde pública, de logística, de planejamento mesmo‘, diz Gleice.

A gerente geral da Ofebas, Patrícia Peixoto, acredita que além da cremação fechar o ciclo de despedida de uma maneira ‘memorável‘ e conseguir representar a pessoa que partiu, existe um problema logístico e econômico por trás do sepultamento. ‘Hoje, praticamente, todos os municípios estão com essa dificuldade porque os cemitérios não têm mais espaço. Fora isso, o jazigo tem manutenção e, no caso dos particulares, demais despesas‘, informa.

Existem também opções de urnas em formatos especiais, inclusive com toques decorativos. - DIVULGAÇÃO
Existem também opções de urnas em formatos especiais, inclusive com toques decorativos. (crédito: DIVULGAÇÃO)

Gleice explica que, além de ser tendência no mercado, a cremação tem um custo menor. ‘O jazigo você compra e depois tem as taxas. E toda a movimentação necessária gera despesas. Na cremação, além de contribuir para o meio ambiente, você paga pelo serviço e acabou‘.

Patrícia e Gleice contam que o processo de exumação de um ente querido é doloroso. ‘A exumação é algo que remete a uma memória do momento da perda, porque exumar um corpo é o ato de desenterrar os ossos‘, explica Patrícia. Gleice também informa que outra tendência tem sido exumar os ossos e cremá-los, o que também apresenta um custo mais acessível.

A gerente comercial explica ainda que muitas famílias que perderam entes queridos para a Covid-19 optaram pela cremação como forma de fazer uma despedida memorável aos que partiram. Impossibilitados de realizarem velórios, parentes e amigos das vítimas puderam dar o último adeus com cerimônias personalizadas, de suma importância para os enlutados.

Memorizar e eternizar lembranças

As possibilidades de despedida depois da cremação são mais individuais e personalizadas, de acordo com a gerente comercial. A família enlutada pode deixar as cinzas em algum lugar para visitar quando quiser, assim como pode manter em casa, espalhar pelo mar, nas montanhas ou onde desejar. ‘Você pode fazer uma despedida que tem tudo a ver com a história e as lembranças que a pessoa deixou para os seus familiares e amigos. Nenhum outro tipo de despedida vai conseguir ser tão personalizada como a cremação. Quando falamos do respeito à história na despedida, a cremação fecha um ciclo dessa homenagem‘, Gleice reitera.

A Ofebas também oferece outras possibilidades para as famílias que escolhem a cremação para eternizarem as memórias do ente querido, como transformar as cinzas em cristais ou em diamantes. Ainda é possível guardar e levar as cinzas consigo por meio de um pingente ou uma pulseira, ou então usar as cinzas para algum plantio.

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(crédito: DIVULGAÇÃO)

A Árvore da Vida ou Cremação Ecológica são alguns dos nomes dados a uma prática que propõe utilizar as cinzas pós-cremação para o plantio de uma muda de árvore. As cinzas são colocadas dentro das urnas especiais Hidro&Ecológicas, que são biodegradáveis e próprias para receber uma muda, adubo ou terra. Em seguida, é feito o plantio e, após alguns dias, a semente começa a germinar e crescer. Essa é uma forma de perpetuar a lembrança por meio do cultivo de uma nova vida.

Quem decide dispor as cinzas em mares, rios ou lagos também pode optar pelas urnas Hidro&Ecológicas, que são hidrossolúveis. Basta dispor no local desejado e ela irá se dissolver em até 2 horas. Além da urna de areia, todo o material, incluindo a alça, é biodegradável e não causa impactos ambientais.

A Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebas) disponibiliza todos esses serviços, além de um acervo de urnas cinerárias, com vários modelos e tamanhos. Para parentes que desejam compartilhar as cinzas entre si, ainda existem urnas menores para que cada membro da família possa levar parte das cinzas e fazer sua própria cerimônia de despedida. (Kally Momesso - programa de estágio / Supervisão: Guilherme Gomes)

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