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Sorocaba

Secretaria da Cultura busca recursos para restauro do prédio do matadouro municipal

08 de Outubro de 2021 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Prédio é tombado e sofre com a ação do tempo e degradação de praticamente toda sua estrutura.
Prédio é tombado e sofre com a ação do tempo e degradação de praticamente toda sua estrutura. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (7/10/2021))

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura, informou ontem (7), que busca recursos de emendas parlamentares para o restauro do prédio do antigo matadouro municipal, que fica no Jardim Brasilândia. O prédio histórico e que é tombado desde 1996, por meio do Decreto Municipal nº 10.033, sofre com a ação do tempo e com a degradação de praticamente toda sua estrutura.

Quem passa pelo local, na confluência das ruas Galileu Pasquinelli e Paes de Linhares, percebe a degradação do prédio, que sofre as condições precárias de conservação. Questionada a respeito, a Prefeitura de Sorocaba informa que a área é utilizada há anos pela Guarda Civil Municipal (GCM) e pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

Além disso, a atual administração municipal informa que o município analisa qual a melhor destinação para o imóvel tombado.

O matadouro municipal foi construído em 1928, na margem esquerda do rio Sorocaba, para centralizar todo o abate de bovinos e suínos a serem consumidos na cidade, atendendo aos padrões de higiene e à legislação do início do século passado. O local funcionou ininterruptamente até 1975, quando deixou de atender aos padrões de higiene e instalações necessárias exigidas pelo Ministério da Agricultura.

O prédio do matadouro foi construído em estilo arquitetônico inglês, com os tradicionais tijolos aparentes, ocupando originalmente uma área de 25 mil metros quadrados. Enquanto esteve funcionando, evoluiu pouco tecnicamente e, periodicamente, era alvo de críticas por parte da população e imprensa em razão da falta de higiene.

Em junho de 1959, essa situação foi abordada por reportagem do Cruzeiro do Sul, que mostrou a falta de água encanada no local (o abastecimento era feito por caminhões-pipa) e a falta de supervisão por um veterinário.

O prédio tem 370 metros quadrados de área construída e ocupa o centro de um terreno que tem quatro mil metros quadrados. Inicialmente, o local tinha capacidade para abater 150 animais por dia. Depois de desativado, a Prefeitura, em gestões anteriores, tentou dar diversas destinações ao imóvel, mas o mesmo continuou sem uso, eventualmente servindo de depósito para setores da administração pública.

Devido a seu valor histórico, foi tombado em 1996, quando o então prefeito Paulo Mendes pediu estudos para transformá-lo em um espaço cultural para o município, mas o projeto não foi executado.

Mais recentemente, o prefeito cassado José Crespo levantou a possibilidade de levar para a área do entorno do matadouro a tradicional Feira da Barganha, hoje realizada em área do Horto Florestal. Proposta que não se concretizou. E, em agosto do ano passado, a Prefeitura definiu a área do antigo matadouro municipal como local para a construção do hospital municipal. Ideia que também não prosperou. (Ana Cláudia Martins)