Após 37 anos, o Grupo São João deverá deixar de prestar os serviços públicos do transporte coletivo em Votorantim. Segundo a empresa, a decisão é por conta da inviabilidade para manter os serviços em razão da diminuição drástica no número de passageiros pagantes, em torno de 50% do volume antes da pandemia. A empresa alega “a falta de sensibilidade da Administração Municipal, que não realizou estudos necessários para garantir o equilíbrio financeiro ao sistema, por meio de subsídio que fizesse frente aos custos operacionais”.

Questionada a respeito, a Prefeitura de Votorantim informa que a concessão assinada no final de 2020, pela administração anterior, foi julgada irregular pelo Tribunal de Contas. A empresa ressalta que o que está sendo contestado não é o contrato firmado no fim do ano passado. “Foram julgados irregulares os contratos de prorrogação feitos, anteriormente, a cada seis meses. Ainda assim, o Grupo São João pretende ingressar com um novo recurso”, diz a empresa.

Já a Prefeitura aponta reclamações sobre os serviços prestados. “A atual administração trabalha incansavelmente para melhorar a situação do transporte. Levando em consideração as constantes reclamações dos usuários, foi preparado um novo processo de concessão do transporte coletivo, o qual está em andamento”, aponta. Uma audiência pública será realizada no dia 14 com o objetivo de ouvir as sugestões da população e sanar as dificuldades para incluir no edital. “Após a audiência, será feita nova concorrência pública”, informa a Prefeitura.

O Grupo São João deverá operar o transporte coletivo em Votorantim até o dia 29 de novembro de 2021. “Poderá ocorrer prorrogação caso seja necessário, visando, principalmente, o interesse público da população que se utiliza desse serviço”, diz a empresa.

Porém, a Prefeitura diz que “não poupará esforços para exigir que a empresa vencedora do certame cumpra os compromissos assumidos no contrato de concessão”. “A nova concessionária deverá atender o povo de Votorantim com transporte de qualidade, pontualidade, quantidade de ônibus suficiente e horários que beneficiem os usuários do sistema. A população não merece e nem suporta mais passar pelas situações desagradáveis que enfrenta, atualmente, no transporte coletivo”, afirma. (Ana Cláudia Martins)