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Tecnologia

Startup sorocabana cria solução para agronegócio

Essa ferramenta já existe e é natural de Sorocaba, idealizada e fabricada pela startup SansaIOTech

30 de Setembro de 2021 às 05:11
Marina Bufon [email protected]
SensaIOTech desenvolveu sistema que prioriza consumo mais racional e sustentável
SensaIOTech desenvolveu sistema que prioriza consumo mais racional e sustentável (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (13/9/2021))

Imagine uma solução dotada de inteligência artificial capaz de oferecer monitoramento de cultivo a uma fazenda, independente do seu tamanho, desde informações como temperatura e umidade, passando por características de solo e chegando até a identificação e quantificação de pragas.

Essa ferramenta já existe e é natural de Sorocaba, idealizada e fabricada pela startup SansaIOTech, localizada no Parque Tecnológico da cidade (PTS). A empresa ficou entre os três primeiros colocados em um programa de aceleração norte-americano voltado para a América Latina, chamado “Future of Food LatAM”.

O monitoramento preciso no campo é feito por meio de sensores espalhados, que transmitem informações em tempo real para serem analisados pelos sistemas desenvolvidos pela empresa. Assim, é possível saber exatamente o que a plantação precisa e quando ela precisa, garantindo um consumo mais racional e sustentável. João Henrique Lopes, CEO da startup, explicou a importância desta “solução completa” desenvolvida para o futuro do agronegócio.

“Cada dia mais o futuro é dados. Se você for ver, estamos gerando dados e dados a cada segundo, mas a agricultura está a um passo atrás quanto a isso, pois ela é muito empírica, é pelo olho do dono ou do engenheiro agrônomo, que não possuem habilidade de saber como está toda a fazenda, pelo tamanho dela mesmo. Como não conseguem ter a informação, acabam tratando tudo de forma generalizada, gerando até certos desperdícios”.

“Somos os olhos da fazenda em tempo real -- as atualizações são a cada dez minutos. Se você trabalha com a agricultura de precisão, trata o assunto com mais seriedade, porque traz dados e mapeamentos. Eu consigo trazer esses dados na palma da mão para um fazendeiro que, lá na China, consegue saber como está a fazenda dele, hectare por hectare. Assim, ele consegue aumentar a produtividade, aplicar adubo, água etc. É fazer mais com menos, transformar a vida do produtor de forma sustentável”, complementou.

Para melhorar, a solução fabricada pela SensaIOTech é multicultivo, ou seja, foi pensada para atingir todos os mercados, da soja até árvores abertas em floresta. Sua importância passa, como falado, por dois caminhos de igual importância: tanto dentro das fazendas, com a produção com menos desperdícios, inclusive financeiros, quanto para fora delas, com uma produção mais socialmente consciente.

Segundo Lopes, um dos maiores problemas atuais do Brasil é que 60% da água consumida pelo agronegócio é desperdiçada e, com a população crescendo exponencialmente, a demanda por comida aumenta cada vez mais. “Quanto mais se conseguir produzir com o mesmo pedaço de terra, melhor”.

Novos horizontes

Além do destaque no programa norte-americano, a startup foi convidada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a apresentar a armadilha contra pragas no evento 5G Rural, promovido recentemente em Londrina, no Paraná.

Inclusive, a pesquisa e o monitoramento das pragas vêm sendo desenvolvidos em parceria com a própria Embrapa - a armadilha ficou com o primeiro lugar no Programa Soja Open Innovation, edital público para seleção de empresas com interesse no desenvolvimento de projetos de inovação aberta.

Agora, a solução para combate às pragas está em fase de testes e, a partir de outubro, as instalações vão começar de fato, depois de uma fase de provas de conceitos em grandes empresas. Além disso, João Henrique Lopes afirmou que uma fabricante francesa de radar e satélites está em trocas constantes com a startup, promovendo não só o desenvolvimento eletrônico e quebrando algumas barreiras tecnológicas, como expandindo o mercado da SensaIOTech no mundo. (Marina Bufon)