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Crise hídrica

Sorocaba e mais 9 cidades da RMS decretam estado de alerta

Documento com estado de alerta foi assinado na tarde desta segunda-feira (27) por conta da situação da represa de Itupararanga, que está com 23,76% do volume útil

27 de Setembro de 2021 às 16:25
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Sorocaba e mais nova cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) decretam estado de alerta por conta da crise hídrica e a falta de chuvas.
Sorocaba e mais nova cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) decretam estado de alerta por conta da crise hídrica e a falta de chuvas. (Crédito: Fábio Rogério )

Sorocaba e mais 9 cidades da região, sendo 9 da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), decretaram estado de alerta por conta da crise hídrica que atinge a região. Os municípios da RMS que fazem parte do decreto são: Sorocaba, Ibiúna, São Roque, Alumínio, Mairinque, Votorantim, Cerquilho, Salto e Piedade. Laranjal Paulista também assinou o decreto, mas oficialmente não pertence à RMS. Araçoiaba da Serra também participou da reunião, embora não faça captação de água da represa de Itupararanga.

Um documento com o estado de alerta para que os moradores das cidades da RMS passem a economizar água foi assinado na tarde desta segunda-feira (27), após uma reunião sobre a estiagem prolongada que atinge vários municípios da RMS. "Em razão da grave situação enfrentada pelo baixo índice de chuvas nos últimos meses e diminuição de volume da represa de Itupararanga, fornecedora de água para as cidades elencadas, os municípios citados, em conjunto, declaram estado de alerta, referente a situação hídrica enfrentada", diz trecho do documento.

O objetivo é que o estado de alerta seja avaliado a cada 15 dias para analisar a situação de crise hídrica que afeta as cidades da RMS, sendo que algumas cidades como Salto e Itu já estão aplicando o racionamento de água, por conta da falta de chuvas.

A falta de chuvas também prejudica o volume útil da represa de Itupararanga, que continua em queda há várias semanas, e já bem próximo de atingir o limite mínimo do reservatório. Segundo a Votorantim Energia, nesta segunda, o volume útil da represa é de 23,76%.

De acordo com o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), neste momento, ainda está descartado na cidade o início de rodízio ou racionamento de água. Porém, a medida não está descartada e poderá ser adotada a qualquer momento se o nível do volume útil da represa de Itupararanga cair ainda mais, e se a falta de chuvas continuar.

Já o promotor de Justiça, Antonio Domingues Farto Neto, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), e que coordena as ações para o enfrentamento da crise hídrica, junto com os municípios, a situação preocupa porque em todos os meses de 2021 praticamente tem chovido menos do que o previsto. Ele cita ainda outra situação que preocupa as cidades da RMS, que é o aumento do consumo de água, por conta da migração das pessoas de grandes centros para cidades do interior.

"Então, a falta de chuvas se somou a migração de pessoas de grandes centros para cidades do interior, o que motivou aumento no consumo de água. Por conta disso, e pela quantidade que temos de água no reservatório de Itupararanga, foi consenso entre os prefeitos, a elaboração de um decreto com uma declaração de alerta para que as pessoas economizem água", destaca o Farto Neto.

Promotor sugere estudo sobre condições de toda APA de Itupararanga

O promotor do Gaema, Antonio Domingues Farto Neto, também sugeriu, em conjunto com os prefeitos, que a empresa Votorantim Energia, empresa que faz a gestão da represa de Itupararanga, para que faça um estudo abrangente de toda a situação da represa e da APA de Itupararanga, para saber quais são todos os aspectos que podem prejudicar e degradar o manancial, que é responsável por abastecer 85% de Sorocaba, e demais municípios da RMS.

"A ideia é que esse estudo possa ser feito para identificar todas as questões que podem estar contribuindo para prejudicar o manancial e com isso afetar a quantidade de água no reservatório, e assim prejudicar também o abastecimento de água. Algumas questões que precisam ser levantadas é sobre a captação de água clandestina, loteamentos irregulares, desmatamento, entre outras situações", afirma o promotor.

Farto Neto disse ainda que em breve o Ministério Público fará mais ações de fiscalização na APA de Itupararanga para idenfiticar ações nesse sentido. "Com esse estudo para tentar identificar quais são as principais ocorrências, e junto com os municípios, estabelecer prioridades, de médio e longo prazo, para a preservação do abastecimento do reservatório", aponta Farto.

O promotor ressalta ainda que a questão da falta de chuvas na região poderá também ocorrer no ano que vem. "Então, temos que correr o máximo possível com esse estudo, para traçarmos uma estratégia em relação a essa situação que estamos enfrentando com a crise hídrica", aponta Farto Neto.

A reunião contou com a presença de prefeitos da RMS, do promotor Antonio Domingues Farto Neto, do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Saae Sorocaba, do Comitê de Bacias do Rio Sorocaba e Médio Tietê, e ainda de representantes da Votorantim Energia, empresa que faz a gestão da represa de Itupararanga. (Da Redação)