Comerciantes e usuários da atual rodoviária de Sorocaba reclamam da falta de segurança nas imediações do prédio e nas ruas do entorno. Eles citam ocorrências de furtos, arrombamentos de estabelecimentos comerciais, pessoas em situação de rua, e até usuários de drogas e tráfico de drogas. Eles reclamam ainda que a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Militar costumam fazer ações pontuais na região da rodoviária, mas que seria necessário uma atuação maior e mais constante das forças de segurança pública do município para combater as ocorrências no local.

Questionado a respeito, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) disse que com a volta da Operação Delegada na cidade, uma das atividades será ampliar e reforçar o policiamento na atual rodoviária e nas ruas próximas. “A Operação Delegada vai ajudar nessa questão da segurança pública e assim que a atividade estiver reativada vamos ampliar para a região do rodoviária e também para os bairros de uma forma geral”, disse o prefeito.

Além disso, a intenção do município é transferir a rodoviária de local. Atualmente ela está localizada na avenida Comendador Pereira Inácio, mas a Prefeitura já finalizou que há projeto de construção de uma nova, possivelmente em um terreno localizado no Jardim Santa Rosália.

Já sobre a questão das pessoas em situação de rua na rodoviária e nas proximidades, Manga afirma que a Prefeitura triplicou o valor do contrato com o SOS, para que suas equipes retirem das ruas as pessoas que ficam na região da rodoviária de Sorocaba, e prestem os atendimentos necessários.

Inaugurada há 48 anos, a rodoviária de Sorocaba é alvo de muitas críticas há muito tempo por não comportar mais o movimento dos ônibus, além de não oferecer locais para estacionamento de carros e mais pontos de parada para as pessoas ou motoristas de aplicativos que vão buscar passageiros, entre vários outros problemas. O atual prédio, inaugurado em 1973, já está deteriorado e não atende mais as necessidades de uma cidade do porte de Sorocaba. No início de 2019, a Urbes assumiu a administração da área de embarque do local.

Situação já foi pior

Comerciantes ouvidos pelo Cruzeiro do Sul ontem (23), pela manhã, afirmam que a quantidade de pessoas em situação de rua na rodoviária e nas ruas próximas apresentou uma pequena queda, mas quando anoitece a situação fica um pouco pior.

No período da noite há várias pessoas circulando pelo local e várias que dormem nas proximidades. Outra preocupação é com assaltos e pequenos furtos que ocorrem nas ruas próximas, como na Joubert Wey, que possui pontos de ônibus, mas os usuários reclamam de pouca iluminação e falta de segurança.

Outra reclamação é sobre a venda de drogas e da frequência de usuários de drogas no entorno da rodoviária e nas ruas próximas. Os comerciantes afirmam que, para manter o vício alguns acabam cometendo pequenos furtos, além de perturbar o sossego de usuários da rodoviária e de moradores da região.

Apesar dos inconvenientes, os comerciantes não são favoráveis a mudança da rodoviária de local. Eles temem que os comércios percam movimento e afirmam que a solução seria uma ampla reforma e maior segurança na região.

A funcionária de uma lanchonete localizada na rua Pandiá Calógeras, rua lateral da rodoviária, afirma que o estabelecimento já teve a porta de ferro arrombada algumas vezes. “A situação é pouco complicada por aqui, sobretudo à noite, por conta dos usuários de drogas. Já arrombaram a lanchonete algumas vezes e tivemos prejuízos. Fora as pessoas em situação de rua que se espalham pelas calçadas”, reclama Maria Claudia Ogawa.

Apesar dos transtornos, ela não é favor da mudança de local da rodoviária. “A localização é boa, fica próximo ao Centro e facilita bastante para moradores dos bairros mais afastados, o problema maior é a falta de segurança”, aponta.

A proprietária de uma loja de óculos na mesma rua, Adriana Cardoso, disse que o comércio nunca foi alvo de assalto, mas que a região necessita de mais policiamento. Para ela, o maior problema é a quantidade de pessoas em situação de rua, além da necessidade de revitalizar a região. “A rodoviária precisa ser reformada e não sair daqui. Além disso, precisamos de mais policiamento e resolver a questão dos moradores de rua”, destaca.

O Coronel PM, Edson Luís da Silva Simeira, novo comandante do CPI-7 de Sorocaba, afirma que para o policiamento ser melhor aplicado na cidade é necessário que as pessoas falem com a polícia e relatem as ocorrências. “As pessoas devem ligar para o 190 da PM e registrar as ocorrências para nós sabermos exatamente onde a gente coloca mais policiamento. Então, isso é muito importante para a gente”, destaca. (Ana Cláudia Martins)