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Sorocaba

‘Mesa da honestidade’ faz sucesso na cidade

Artesã vende laços infantis sem o contato com clientes

19 de Setembro de 2021 às 00:01
Kally Momesso [email protected]
Laços ficam expostos em uma mesa. Comprador pode fazer até o troco.
Laços ficam expostos em uma mesa. Comprador pode fazer até o troco. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A artesã Aline Ketline Mendes decidiu confiar plenamente na honestidade das pessoas e passou a vender laços infantis sem qualquer tipo de controle em Sorocaba e outras cidades da região. A “mesa da honestidade” fez sucesso e triplicou o lucro de sua loja.

Ela contou ao Cruzeiro do Sul que sua marca Laços Camilly, em homenagem a sua filha, começou há três anos, quando ela soube que estava grávida de uma menina e decidiu aprender a fazer laços. Entretanto, no auge da pandemia de coronavírus, com o comércio fechado, ela precisou inovar. “A mesa da honestidade surgiu há um ano. Por conta da pandemia, não podia mais vender em parques, pois estava tudo fechado”, disse Aline.

A artesã fica 15 dias por mês em casa e os outros 15 dias viaja com o marido para levar a “mesa da honestidade” com as suas artes a lugares em Sorocaba, Santa de Parnaíba, Barueri e Mairinque. Nesse formato, o cliente escolhe os laços e faz o pagamento em dinheiro na caixinha ou pelo QR code, sem ninguém fiscalizando. A pessoa ainda pode retirar dinheiro da caixinha para o troco.

De acordo com a empreendedora, ela nunca teve problemas com esse tipo de comércio. “Recebo 90% na ‘mesa da honestidade’. Algumas pessoas pegam e não pagam, sim, mas são poucas. Normalmente, são pessoas que não têm condição. Mas acaba compensando com pessoas que pagam e não pegam o troco”, disse.

Na mesa, Aline coloca os kits de 3 hair clip (laços) no valor de R$ 15,00. Ela informou que consegue vender, em média, 20 kits quando monta a ‘mesa da honestidade’. Ela ainda faz vendas de laços mais caros e mais elaborados pelo Instagram e Facebook @camillyartesanatos. São cerca de 50 laços por semana enviados para todo o Brasil e para o exterior.

Aline se descobriu no artesanato há 5 anos, por meio da sogra Beatriz, que a ensinou a fazer crochê. Antes da filha Camilly nascer e o negócio dos laços decolar, ela fazia roupas e bonecas em crochê. “Hoje faço crochê por hobby, por conta do enorme tempo que passo fazendo laços”, justificou.

Mercado do futuro

Essa iniciativa é um passo adiante rumo a um formato de negócio que já existe em outros países. As empresas, cada vez mais, buscam tecnologias para uma nova experiência de compra, visando o low touch (toque baixo) - ou o contactless (sem contato). Esse modelo ganhou ainda mais espaço na pandemia, pela necessidade de evitar o contato social.

A Companhia Target, uma das maiores varejistas dos Estados Unidos, e a multinacional britânica Tesco, por exemplo, também adotaram à modalidade que surge como uma tendência global do mundo pós-pandemia. O consumidor escolhe os produtos, vai até um caixa de autoatendimento, faz a leitura dos códigos de barras e coloca os produtos na sacolinha. A sacola ainda fica em uma espécie de balança, que calcula o peso das compras e relaciona com os produtos que foram identificados pelo código.

Mais próximo da realidade dos sorocabanos também existem algumas opções. Entre elas, o supermercado Tauste, que se adaptou ao caixa automatizado, trazendo essa nova opção e mais autonomia aos seus clientes. (Kally Momesso - programa de estágio / Supervisão: Aldo Fogaça)