A Toyota prevê a abertura de mais 450 vagas de emprego, já a partir de setembro, para sua planta localizada em Sorocaba, como anunciado no final da última semana. Antes disso, porém, outras empresas já haviam indicado movimentação no setor, com investimentos pesados: de julho até setembro de 2021, foi prevista, segundo entrevistas e anúncios recentes, a criação de ao menos 3.800 novas vagas, englobando também algumas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

Para Sidney Benedito de Oliveira, economista e professor na Universidade de Sorocaba (Uniso), essas expectativas trazem pontos positivos. “Tudo isso são expectativas, não é nada concreto, mas, se você tem expectativas favoráveis, torna tudo muito positivo, faz com que a economia crie novas condições, trazendo novos investimentos, afinal, ninguém faz investimentos se não houver expectativas favoráveis, gerando empregos”, explicou.

No primeiro semestre deste ano, os setores da economia sorocabana avançaram no saldo de empregos, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O comércio teve crescimento de 2,7% (saldo positivo de 455 trabalhadores com carteira assinada), serviços foi de 4,1% (438 novos postos de trabalho), 4,9% na indústria (290 vagas) e, por fim, 13,7% de alta na construção civil (151 de saldo positivo).

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Sobre as vagas anunciadas recentemente, comecemos pela fábrica da Toyota, que anunciou o retorno do terceiro turno em Sorocaba a partir de janeiro de 2022 e, por isso, já desde o início de setembro começou o processo para seleção de 450 profissionais. Antes, no início de julho, a CNH Industrial, proprietária das marcas Case, FPT, Iveco e New Holland, também abriu 200 vagas para as mais diversas áreas, como montagem, pintura, logística, solda, operação de máquinas, expedição de máquinas, qualidade e manutenção.

Já a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que recentemente abriu capital na Bolsa de Valores, anunciou no fim de agosto que irá investir cerca de R$ 2 bilhões com a implantação de novos projetos na fábrica de Alumínio, cidade da RMS. Com isso, estima-se a contratação de 350 profissionais fixos, somando-se às vagas já anunciadas. Também em agosto, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, afirmou que a empresa de cadeados Papaiz instalará uma de suas unidades da cidade e que tal movimentação irá gerar cerca de dois mil empregos diretos e indiretos. No entanto, não há, ainda, mais informações sobre o processo de contratação de mão de obra e nem localização da fábrica, que deve começar a funcionar nos próximos meses.

Por fim, no setor de “atacarejos”, Sorocaba está com previsão de investimentos, inaugurações e, portanto, novos empregos. A rede Atacadão anunciou no último dia 26 a construção da segunda loja em Sorocaba, na zona norte, com investimento de R$ 80 milhões e criação de 600 novas vagas, entre diretas e indiretas. Já a rede Confiança segue com o processo de instalação da nova unidade na avenida São Paulo, enquanto o Oba Hortifruti também deve instalar nova base, ao que tudo indica, na avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes. Por fim, neste setor, o Higa Atacado, que tem matriz na região de Campinas, está sendo instalado na avenida Juvenal de Campos, sentido Votorantim. As vagas para cada um dos locais não foram divulgadas.

Em outro tipo de mercado, a cidade também gerou 200 empregos, entre diretos e indiretos, com a chegada do restaurante cearense Coco Bambu, que investiu cerca de R$ 10 milhões para abrir uma unidade no Shopping Iguatemi Esplanada.

“Sorocaba tem uma economia bastante diversificada, com vários setores atuando, como o automobilístico, com cadeia produtiva bastante extensa, puxando empresas de autopeças, muitas delas estabelecidas dentro da própria Toyota. Isso ajuda a absorver cada vez mais esse tipo de mão de obra. Por ter essa diversificação, o consumo da população não para, há uma necessidade de mantê-lo. Isso se dá em cima da própria expectativa (de melhora da economia). Para Sorocaba, é bastante positivo”, finalizou o professor. (Marina Bufon)