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Automóveis

Especialista explica mudanças no seguro de veículos no Brasil

As alterações visam atingir um maior número de motoristas, já que apenas 16% da frota tinham cobertura em 2019

03 de Setembro de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Alterações devem aumentar número de usuários de seguro automotivo.
Alterações devem aumentar número de usuários de seguro automotivo. (Crédito: VINÍCIUS FONSECA / ARQUIVO JCS (26/10/2020))

A flexibilização das opções oferecidas pelas seguradoras em relação aos seguros de carros tem como principal objetivo atingir um maior número de motoristas, afinal, apenas 16% da frota de veículos no Brasil tinham cobertura de seguros em 2019, segundo dados do Denatran. Essa nova norma da Superintendência de Seguros Privados (Susep) foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 13 de agosto e passou a valer na última quarta-feira (1º).

Segundo Marcelo Crudi, gerente da Sucursal Porto Seguro Cia de Seguros, a meta é atingir maior público. “Essas mudanças, que se restringem à carteira de auto, visam dar mais opções aos segurados, com maior possibilidade de comercialização. A ideia é que os consumidores que hoje não têm, possam vir a ter uma opção de seguro mais acessível e flexível. Quem já tem, teria uma gama ainda maior de opções”, explicou o especialista. “Existe ainda uma expectativa de queda no custo do seguro, que pode acontecer a longo prazo, mas somente o tempo dirá se, na prática, de fato, isso irá ocorrer”, complementou.

Ainda segundo Crudi, essa atualização da Susep não deve acontecer de imediato. O que houve foi uma liberação para que as companhias seguradoras alterem ou adaptem seus produtos, caso desejem. Além disso, ele frisa que a flexibilização segue na mesma linha das mudanças que aconteceram em outros mercados, “onde os consumidores têm procurado produtos e serviços mais personalizados, com experiências mais leves e digitais”.

Entre as modificações divulgadas na Circular nº 639, que começou a valer no dia 1º, está a de vinculação da apólice ao motorista, não mais ao veículo, e a possibilidade de se escolher os itens de cobertura.

“Como destaque na nova norma, podemos citar o seguro para a pessoa ligado à CNH (é um seguro de danos a terceiros), diferente do modelo atual, que está ligado ao veículo, ou também a possibilidade de contratação de coberturas e serviços isolados conforme o desejo do cliente, e não em um pacote como atualmente ocorre”.

No entanto, Marcelo Crudi alertou que podem surgir dúvidas em caso de acionamento do seguro. “Diante das diversas possibilidades de contratação que surgirão, existe o risco de haver uma maior confusão por parte do cliente no momento da escolha. Neste cenário, uma boa consultoria feita por um corretor de seguros profissional será de grande importância”, finalizou o profissional. (Marina Bufon)