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Sorocaba

Região tem várias opções de voluntariado

Ongs precisam de pessoas dispostas a colaborar nas mais diferentes frentes de trabalho

28 de Agosto de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Regina Almeida e assistidas da Liga Sorocabana de Combate ao Câncer.
Regina Almeida e assistidas da Liga Sorocabana de Combate ao Câncer. (Crédito: CORTESIA)

Hoje, 28 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Voluntariado. E como “fazer o bem sem olhar a quem” é um ditado popular que nem todos estão dispostos a colocar em prática, por isso existem, em Sorocaba e região, uma série de iniciativas e Ongs que precisam de pessoas com o mesmo objetivo: ajudar. Basta escolher.

Um dos exemplos mais tradicionais da cidade é a Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, fundada em 1975 e que fornece, atualmente, atendimento mensal para 80 pacientes (antes da pandemia de Covid-19 a média era de 120 pessoas) na sede localizada no Jardim Faculdade. Os serviços são os mais diversos, como fisioterapia, psicologia, nutricionista, acupuntura, cromoterapia, dança, pilates, artesanato, orientação jurídica, automaquiagem, além de doações de próteses, perucas, lenços e sutiãs.

“Só temos uma secretária e uma assistente social. O restante é todo formado por voluntários. Temos muito a agradecer a eles, pois são parceiros e só conseguimos sobreviver porque eles estão conosco. Toda a nossa receita é de doações e eventos que fazemos, então esses voluntários fazem toda a diferença”, disse Márcia Cristina Rodrigues, presidente da Liga.

Regina Almeida, “voluntária desde que se entende por gente”, é terapeuta (reiki e cromoterapia) e professora de quizomba, não só na Liga, como em outros locais da região também, por meio do seu projeto pessoal, chamado “Bem-Viver nas Ongs de Câncer”. “O voluntariado vem de berço, mas foquei nos pacientes com câncer depois que perdi muitas pessoas queridas. O trabalho é árduo, mas gostoso e gratificante. Amo de paixão e sempre digo que é bom para quem é assistido, mas muito mais para quem ajuda”, contou.

Marmitas veganas

Arroz, feijão, legumes refogados, salada, farofa e às vezes proteína de soja: essa é a marmita que, todos os sábados, chega a cerca de 150 pessoas em situação de rua em Sorocaba por meio do projeto Veg de Rua, fundado por Marina Caruso Fernandes e Lecy Benedito Neto em julho de 2020. Ao todo, são 18 famílias atendidas semanalmente.

“Fazemos esse trabalho para tentar mudar um pouco a situação dessas pessoas e levarmos amor e atenção a elas. Nós queremos mostrar que o veganismo é acessível e barato, basta as pessoas terem vontade para mudar, porque se nós conseguimos fazer 150 marmitas veganas, as pessoas conseguem fazer uma alimentação sem crueldade animal também. Por fim, queremos levar essa informação: que dá pra se alimentar e gastar pouco”, explicou Marina, que foi criada vegetariana.

Além das marmitas, a iniciativa, que conta com cerca de dez voluntários, oferece salada de frutas, roupas, produtos de higiene, móveis, “o que tiver ao nosso alcance”. As pessoas podem ajudar por meio de doações de mantimentos e de dinheiro (por Pix) e seguindo as redes sociais do projeto no Instagram.

Mercado de trabalho

A RH em Ação, na ativa desde 2018, une profissionais de recursos humanos de Sorocaba e região com o intuito de resgatar o emocional e profissional dos participantes em cada ação realizada -- mais de 600 pessoas já foram atendidas nos bairros da cidade, além de outras 250 de forma virtual, após a pandemia.

“Nosso atendimento é individualizado e humanizado, trabalhamos autoconfiança e resgate emocional para uma boa entrevista e o ‘brilho nos olhos’ que os recrutadores tanto desejam. Já atendemos pessoas chorando devido ao desemprego, e nosso atendimento colaborou para seu autocontrole e conhecimento de seu momento atual. Existem pessoas qualificadas no mercado de trabalho, faltam apenas algumas orientações. É essa a nossa missão diante desse cenário de desemprego”, contou Glenda Christiani Fortes, presidente da ONG.

Entre as atividades desenvolvidas estão palestras e lives sobre os mais diversos temas envolvendo mercado de trabalho, preparação para entrevistas, revisão de currículos profissionais, dentre outros. Atualmente, são mais de 30 voluntários profissionais de RH e 14 estudantes da área, com muitos projetos em desenvolvimento. Glenda explica que, em breve, os eventos presenciais irão retornar e toda ajuda é bem-vinda, assim como a divulgação do trabalho nas redes sociais.

Amor aos animais

Socialização de animais é uma das formas de ajudar o Instituto Magnus. - ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS
Socialização de animais é uma das formas de ajudar o Instituto Magnus. (crédito: ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS )

Inaugurado em 2018, o Instituto Magnus, em Sorocaba, é o maior complexo social de formação de cães-guias da América Latina. O foco principal é treinar cães e doar para deficientes visuais, mas também para deficientes físicos e pessoas com autismo - de lá para cá, foram doados 36 cães-guias, um cão para uma pessoa tetraplégica e dois para crianças autistas, prioritariamente para quem vive a 150 quilômetros do espaço. No entanto, outros Estados também já receberam esses “ajudantes”, que são da raça labrador ou golden retriever por conta da genética e da personalidade.

“Um dos papéis mais importantes nesse processo de formação do cão, que dura de 16 a 18 meses, é o período que ele fica com a família socializadora. Voluntariamente e com todos os custos de veterinário, alimentação e adestramento pagos pelo Instituto, a família só tem o papel de dar amor e carinho ao cachorro, além de apresentá-lo à sociedade”, disse Thiago Pereira, diretor geral. “Essas famílias têm papel fundamental, porque, sem elas, não há socialização”.

A principal forma de ajudar o Instituto Magnus é divulgar o trabalho realizado. Aquele que se interessar em ser uma família socializadora -- atualmente são 48 -- deve preencher um cadastro no site institutomagnus.org e aguardar ser chamado.

Por outro lado, alguns animais, infelizmente, acabaram, em algum momento de suas vidas, descartados como se fossem lixo. É o caso de Solarium, um cavalo tordilho de cerca de 20 anos, resgatado no início deste ano pelo santuário “Abraço Animal”, localizado em São Roque.

“Ele chegou praticamente morto aqui. Os guardas da Polícia Ambiental de Sorocaba ficaram chocados com o que viram. Ele tinha oito focos de bicheira, inclusive no ânus, sem as orelhas, muito machucado. Hoje ele está ótimo depois de todo o amor e tratamento que demos”, explicou Karina Somaggio, fundadora e mantenedora da Ong.

O Abraço Animal abriga 39 cavalos -- com um bebê a caminho --, além de duas porquinhas, quatro cabritos, dois touros, duas bezerras e oito gatos, todos resgatados, em uma propriedade de 36 mil m² e com a ajuda de cerca de dez voluntários. Com gastos que beiram os R$ 40 mil, o Santuário pede doações de feno, ração, alfafa, dinheiro e ajuda com a divulgação do trabalho.

“Não fazemos apenas o tratamento físico do animal, mas também da alma, com amor, musicoterapia, reiki, ozonioterapia... Eles chegam extremamente maltratados e subjugados, criados para morrer aos poucos. Hoje, o Sol -- todos os resgatados têm nomes de deuses -- até dá coice”, finalizou a ativista. (Marina Bufon)

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