Falta de água
Crise hídrica aumenta procura por água mineral em Sorocaba e região
Já tem gente até estocando galões por medo de desabastecimento
A procura por galões de água mineral aumentou entre 15% e 50% em Araçoiaba da Serra, Salto e Itu, cidades afetadas pelo racionamento de água. Em Sorocaba, apesar de medida do tipo não ter sido implementada, a busca também cresceu em torno de 20% a 30%. Segundo os proprietários das distribuidoras, isso se deve ao medo da falta de água. O galão mais vendido, de 20 litros, custa cerca de R$ 10 em Sorocaba e de R$ 8 a R$ 12 na região.
Em Sorocaba, na distribuidora AquaFresh, as vendas subiram 30% nos últimos 15 dias, segundo o dono, Sidnei do Nascimento Garcia. “Eu vendia uma média de 400 galões. Agora, já são 600 na semana”, conta. Ele acredita que a alta demanda não causará elevação dos preços, porque os produtos não estão em falta. Os valores aumentarão por outro motivo: “Vai ter aumento por causa do frete. Como não temos caminhão, pagamos o frete. E, como o diesel sobe, consequentemente, tudo vai subindo junto.”
Ainda segundo Garcia, as pessoas estão apreensivas com a possível falta de água. Por isso, algumas até estocam galões. “As pessoas estão comprando um a mais, com medo que falte”, diz.
Já na Águas Moia Bonafont, a comercialização dos galões cresceu 20%, desde a semana passada. Conforme a proprietária, Ana Gardenia Cardoso de Souza, a crise hídrica já começou a afetar seus fornecedores. “Uma fonte já secou”, informa. Apesar disso, ela não subirá os valores dos galões, pois os volumes dos outros mananciais continuam regulares.
Araçoiaba, Salto e Itu
Nos municípios onde já foi decretado o racionamento -- Araçoiaba da Serra, Salto e Itu --, a procura é ainda maior. As três distribuidoras consultadas afirmaram que estão mantendo inalterados os valores. No depósito JJ, em Araçoiaba da Serra, as vendas tiveram acréscimo de 20% nos últimos 15 dias. “Antes, vendíamos, em média, 100 galões por semana. Agora são de 200 a 300 galões por semana”, especifica o dono, João Antônio Sandoval. Ele admite que os preços podem subir. “Depende da fonte (empresa da qual as distribuidoras compra a água). Se a fonte subir, nós temos que subir”, pontua.
Na Lima Água, de Salto, a proprietária Claudineia Lima dos Santos também não elevou os valores, mesmo com o aumento de 30% na procura. Desde a semana passada, o número de galões vendidos passou de cerca de 150 para 200. Já na distribuidora Duarte, de Itu, se registrou a maior elevação das vendas: 50%, conforme a proprietária, Marcia Cristina Duarte. O auge da procura se deu nesta semana.
“Geralmente, vendemos 500 galões por semana, e, só nesta semana, foram mais de mil”, diz. De acordo com ela, a procura aumentou, principalmente, entre moradores de prédios onde os estoques de água acabaram. (Vinicius Camargo)