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Saúde

Mudança repentina de temperatura pode afetar saúde, diz otorrino

Região de Sorocaba deve bater recorde de temperatura em termos de calor nesta quinta-feira (26). Porém, uma nova frente fria deve atingir a região na sexta (27)

25 de Agosto de 2021 às 19:37
Wilma Antunes [email protected]
Pessoa doente; tosse
Otorrino alerta para lacuna no sistema imunológico durante a mudança de tempo. (Crédito: Depositphotos)

Hora frio, hora calor. Os contrastes repentinos na temperatura têm tirado o sossego de moradores de Sorocaba. A semana deve bater recorde histórico em termos de calor. Por outro lado, uma nova frente fria deve avançar pela região ainda nesta sexta-feira (27), segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em ocasiões como esta, o surgimento de quadros alérgicos, infecções virais e doenças respiratórias se tornam cada vez mais comum. Logo, os cuidados com a saúde precisam ser redobrados para que os impactos negativos, causados pela condição climática, sejam amenizados.

Quinta-feira (26), as temperaturas seguem elevadíssimas. De acordo com o Inmet, a mínima prevista é de 18ºC, já a máxima é 35ºC. Os termômetros podem superar os registros das estações meteorológicas automáticas e convencionais da cidade. A última vez em que fez tanto calor foi em agosto de 2011. A estação automática chegou a marcar 33,5°C. Ano passado, o dispositivo registrou 32ºC. Em agosto de 2000, o clima quente também superou dados da estação convencional, com 34,7ºC.

Todo esse calor acontece em pleno inverno, estação que deveria ser a mais fria do ano. O otorrinolaringologista e professor do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Dr. Osmar Person, explica que o organismo humano também sofre com os efeitos nocivos causados pela oscilação na temperatura. “Essas mudanças abruptas forçam algumas adaptações no organismo. É necessária mais energia corporal, quando faz frio. Então, é preciso ganhar essa energia para que ela seja repassada. Nesse processo de manutenção fisiológica, é aberta uma lacuna no sistema imunológico, o que pode resultar em infecções causadas por vírus e bactérias”, diz.

Enquanto as altas temperaturas ainda fazem parte da rotina, o mais recomendado é manter a hidratação em dia. Ingerir bastante líquido, higienizar as narinas com soro fisiológico e usar umidificador em ambientes da casa são medidas imprescindíveis para evitar os transtornos desse tempo instável, de acordo com o médico. Quem não tiver o aparelho pode fazer improvisar e colocar uma bacia cheia de água em algum cômodo da casa, que dá certo.

Como vem uma nova frente fria por aí, o Dr. Person também adiantou algumas dicas para que as pessoas enfrentem o clima da melhor maneira possível. “No frio, temos o fator alimentar. Tomar sopa e caldos ajuda o organismo a se adaptar ao clima. É importante manter as narinas higienizadas, sempre com soro fisiológico. O uso de descongestionantes nasais promove alívio momentâneo, mas não tratam a origem do problema. A nutrição adequada continua sendo a principal fonte de prevenção”.

Tempo doido

Se para adultos já é difícil lidar com a mudança repentina no clima, imagina para os bebês. A consultora empresarial Stephanie Melchiori, de 25 anos, conta que sua filha, a pequena Analua, de 7 meses, tem demonstrado comportamento irritadiço com esse calor intenso. “Ela é muito calorenta, não gosta de muita roupa. De madrugada, acorda brava se a cobrimos e não dorme direito porque acorda suando. Dá muito dó. No frio ela fica mais tranquila. O que tem nos salvado são as lavagens nasais com soro e o próprio banho morno que, por conta do vapor, faz uma ‘inalaçãozinha’ na bebê”.

Stephanie explica que, para refrescar a bebê, aumenta os banhos durante o dia e coloca menos roupas. Já no frio, a “cobertinha”, como diz a consultora, é levada para todos os cantos da casa. Ela explica que tudo é forrado para que a Ana lua não sofra com o frio. Além disso, o clima gelado também preocupa a mamãe, ainda mais por conta do cenário pandêmico. “Minha maior preocupação é resfriado, porque, agora, a gente nunca sabe se é isso mesmo ou é Covid-19. Aí já vem a ansiedade, isola a pessoa, faz teste, é toda aquela loucura misturada com medo. Em relação a bebê, meu maior medo é ela pegar uma pneumonia no frio ou alguma sequela futura no pulmão, com essas fumaças de queimadas... Deus me livre!”.

Analua e Stephanie Melchiori - Cortesia/Stephanie Melchiori
Analua e Stephanie Melchiori (crédito: Cortesia/Stephanie Melchiori)

Previsão

A sexta-feira (25) inicia o fim de semana com dia nublado e possibilidades de chuva. Já é possível notar queda considerável nas temperaturas, a mínima prevista é de 17ºC e a máxima de 24ºC, segundo informações do Inmet. A umidade do ar se eleva relativamente, ficando entre 45% e 85%.

Chove o dia inteiro no sábado (28). A mínima é de 16ºC e a máxima de 21ºC. A umidade do ar é ainda maior devido as chuvas. Os índices ficam entre 60% e 90%.

No domingo (29), a chuva é passageira durante o dia. O céu é aberto durante o período da noite. A temperatura mínima prevista é de 15ºC e a máxima 23ºC. A umidade do ar fica entre 50% e 95%.