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Sorocaba

Mulher reclama da forma que foi tratada em banco

21 de Agosto de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Ana Maria Almeida possui artrite reumatoide juvenil e dificuldades de locomoção.
Ana Maria Almeida possui artrite reumatoide juvenil e dificuldades de locomoção. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (18/8/2021))

Uma mulher diz que funcionários da Caixa Econômica Federal do Centro de Sorocaba a trataram com descaso em relação à sua deficiência física. O caso aconteceu na quarta-feira (18), no período da manhã, na agência localizada à rua Dr. Álvaro Soares, próximo ao Mercado Municipal.

Ana Maria Almeida, de 45 anos, possui artrite reumatoide juvenil, adquirida na infância, e, em decorrência dela, precisou realizar duas cirurgias em cada lado do quadril (artroplastia bilateral do quadril). Por conta disso, ela possui algumas dificuldades locomotoras e direitos garantidos por lei para sua condição.

Ela diz que foi maltratada por dois seguranças da Caixa, um homem e uma mulher, ainda do lado de fora da agência, que a obrigaram a utilizar a fila normal, e não preferencial, para aquisição de senha, “sempre de forma mal-educada”. Ela conta que pegou a senha preferencial, posteriomente.

Depois disso, avisando que possuía limitações motoras e tendo retirado seus pertences da bolsa para evitar o travamento da porta giratória, se sentiu humilhada após ter, por diversas vezes, sido travada e impedida de entrar, “mesmo estando claro que não havia nada que impedisse sua entrada”.

Após uma crise nervosa de choro, acabou sendo liberada pelo gerente do local a entrar pela porta normal. Ele teria pedido, então, para que ela se dirigisse ao andar de cima e aguardasse para ser atendida. Já na parte superior da agência, foi solicitado, por outro segurança, “de forma rude”, que descesse ao andar de baixo e aguardasse. Lá embaixo, foi pedido que, novamente, subisse ao piso superior. Ana Maria Almeida, às vezes, precisa utilizar uma bengala para ajudá-la a andar.

“Me senti desrespeitada, não estou falando só por mim. A crise de choro que tive lá, eles podiam ter se mobilizado, mas não aconteceu. Foi um desrespeito total, não só no banco e nem com pessoas com limitação física, acontece também com idosos. Falta de humanidade e empatia com o próximo”, desabafou.

“Antigamente era excelente o tratamento, mas hoje mudou tudo, os seguranças estão extremamente mal-educados, grosseiros e rudes. Me senti humilhada. Ali vão muitas pessoas simples, por ser o Centro da cidade, eles tratam de qualquer jeito”, complementou.

Segundo o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Sorocaba (CMPCD), casos dessa magnitude devem ser registrados em Boletim de Ocorrência, que podem ser feitos de forma on-line. Além disso, a lei 13146/15, no artigo 88, prevê pena de reclusão de um a três anos, além de multa, a quem “praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência”.

A Caixa Econômica Federal informou, em nota enviada à reportagem, que “esclarece que, ao entrar na agência, os clientes passam por triagem, de modo a garantir o correto direcionamento no atendimento e distribuição de senhas, e que a cliente recebeu a senha preferencial. Informamos que a agência Sorocaba possui água, banheiro e elevador disponíveis e que a cliente foi direcionada ao elevador”.

Por fim, informou que “o respeito ao cliente é valor absoluto para o banco e que está realizando a maior operação de pagamento de benefícios da história do país, atendendo a milhões de brasileiros em sua rede de agências, lotéricas e correspondentes”. (Marina Bufon)