Buscar no Cruzeiro

Buscar

Crise hídrica

Volume útil da represa de Itupararanga cai para 27%

Média de redução vêm sendo de 1% a cada semana mesmo com a diminuição da vazão

19 de Agosto de 2021 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Itupararanga está bem próxima do chamado
Itupararanga está bem próxima do chamado "volume morto". (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (13/8/2021))

O volume útil do reservatório da represa de Itupararanga caiu para 27,32%. A média de redução vem sendo de 1% a cada semana desde o início do mês, apesar da diminuição da vazão na barragem iniciada no dia 11.

Como consequência, após nova reunião, na segunda-feira (16), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê sobre a crise hídrica e a situação do nível da represa de Itupararanga, a Votorantim Energia, empresa responsável pela gestão do local, fez mais uma ação para reduzir a vazão de água do reservatório. Um novo encontro já está marcado para o dia 26 para avaliar e discutir a questão.

A medida já estava prevista no documento de nove páginas elaborado pelo Comitê e que estabeleceu regras de vazão defluente para o reservatório de Itupararanga e o monitoramento de lançamentos de efluentes nas cidades de Sorocaba e Votorantim. O objetivo é por conta da estiagem que afeta a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) e que diminuiu drasticamente o nível do volume útil da represa, que está bem próximo do chamado “volume morto”.

As medidas determinadas pelo Comitê começaram a ser colocadas em prática pela Votorantim Energia já na semana passada, e envolvem várias outras ações. A própria empresa já havia implantado outras medidas, desde dezembro do ano passado, por conta da falta de chuvas na região.

Questionada a respeito, a Votorantim Energia informa que as reduções de vazão defluente estão sendo implementadas em decorrência das reuniões do Comitê, que estabelece de forma emergencial e excepcional, algumas regras operacionais, que deverão permanecer ativas até que o volume útil do reservatório alcance 50% de sua capacidade.

Conforme a empresa tais medidas são: manter em 817,50m como a cota mínima operacional do reservatório; reduzir a vazão defluente de 6m³/s para 4,5m³/s; e a desde 17 de agosto reduzir a vazão defluente de 4,5m³/s para 3,0m³/s.

“A empresa esclarece ainda que, no dia 11 de agosto iniciou o cumprimento da deliberação e, desde então, com essas medidas deixou de defluir cerca de 613.980m³ de água, o que equivale a 3cm do atual nível do reservatório”, aponta.

Na avaliação do vice-presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica de Sorocaba e Médio Tietê e coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, André Cordeiro Alves dos Santos, as primeiras medidas tiveram um resultado positivo, apesar do índice do reservatório ter caído mais um pouco.

André disse que a primeira redução de vazão defluente para o reservatório de Itupararanga e o monitoramento de lançamentos de efluentes nas cidades de Sorocaba e Votorantim trouxe uma preocupação com o rio Sorocaba na questão de uma possível piora da qualidade de sua água. “Houve uma situação mais pontual de piora da qualidade do rio Sorocaba, próximo ao rio Pirajibu, que é um dos afluentes do rio Sorocaba. E como o Saae Sorocaba passou a captar água direto do rio, com a inauguração da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Vitória Régia, a autarquia informou que realizou uma mudança no sistema de tratamento para compensar a piora da qualidade nessa situação”, disse o vice-presidente do Comitê.

André disse ainda que, até por conta da questão da qualidade do rio Sorocaba, a nova redução de vazão defluente para o reservatório de Itupararanga foi um pouco menor do que a inicialmente estabelecida no documento, para evitar que haja prejuízos para o rio. “Temos que adiar o máximo possível o esvaziamento da represa de Itupararanga para tentar amenizar a situação, evitar que mais cidades da RMS iniciem racionamentos no fornecimento de água, e tentar recuperar o quanto antes o nível do reservatório”, afirma. (Ana Cláudia Martins)