Do tropeirismo para uma economia diversificada, Sorocaba comemora 367 anos hoje (15) sendo destaque no cenário econômico estadual e nacional sobretudo na geração de empregos, apesar da pandemia da Covid-19. A cidade, recentemente, foi apontada por uma importante revista internacional de economia, do grupo Financial Times, como a quarta das Américas para receber investimentos nos próximos anos na relação custo-benefício. Além disso, está na 6ª posição no indicador de maior número de empresas no estado de São Paulo, com a concentração de 60% das empresas na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

É destaque, também, na geração de empregos em 2021. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, Sorocaba gerou, no total, 43.702 admissões até junho deste ano, o que representa um crescimento de 40,42% na comparação com o mesmo período de 2020.

Só a indústria de transformação, no mês de junho, gerou 962 novos empregos. E no período de janeiro a junho de 2021 contabilizou mais de 5,8 mil vagas de emprego formal, ainda conforme o Caged. Outro destaque é o número de formalizações de Microempreendedores Individuais (MEIs), que teve aumento de 23,2% no primeiro semestre de 2021, comparado com igual período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, a cidade contabilizou 59.518 MEIs no total.

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Sorocaba, Robson Coivo, os setores que mais contratam na cidade são: serviços, comércio, indústria e construção civil. “Dados positivos do Caged mostram a recuperação da geração de empregos na cidade em 2021 e a construção civil agora é a bola da vez”, disse.

A arrecadação do setor aumentou 59,58% em 2021 em relação a igual período do ano passado, e a gerente de RH da Construtora Planeta, Jussimara Bruzarosco, confirma o bom momento: “A empresa mais que dobrou o volume de contratações no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado. Uma das razões é o grande número de lançamentos da construtora neste ano, que demandou mão de obra especializada.”

Desenvolvimento pelo tropeirismo

Para o jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira, Sorocaba se tornou um grande centro econômico dos mais importantes do Brasil por conta do tropeirismo (transporte das mulas do Sul para o Centro do País) entre 1750 e 1900. “Para Sorocaba, o tropeirismo tem uma importância fundamental no nosso desenvolvimento econômico tanto quanto para o Brasil, e a feira de muares é um elemento dentro desse ciclo”, destaca. A cidade foi escolhida pelas condições de suas pastagens, pelo clima temperado e o fato de Sorocaba possuir um rio com uma ponte.

“A cidade foi o grande centro dessa economia tropeira onde de 50 a 60 mil mulas eram vendidas por ano no Brasil. O registro de animais naquela época chegou a arrecadar mais do que o orçamento da Província de São Paulo, tamanha a importância da feira de muares que era realizada em Sorocaba, durante o ciclo do tropeirismo”, aponta Sérgio Coelho.

Já o professor e economista Geraldo Almeida destaca que ao longo dos últimos anos, a economia sorocabana se fortaleceu por conta de sua diversidade de segmentos. “Sorocaba tem uma diversidade econômica muito grande, que vai desde a indústria automobilística, de autopeças, indústria de máquinas e equipamentos para a agricultura, fertilizantes, pólo de manutenção de aeronaves, setor de serviços, comércio, shoppings, entre outros, além de uma das melhores infraestrutura das cidades paulistas, o que cada vez mais atrai investimentos e novas empresas”, afirma.

367 anos

Encartada na edição de hoje do jornal Cruzeiro do Sul, a Revista A Cidade traz 100 páginas com um conteúdo dedicado ao aniversário. Com o tema “Do troperismo à indústria - Sorocaba: passado, presente e futuro. Uma trajetória de desenvolvimento”, matérias especiais mostram a evolução de Sorocaba, de sua gente e suas empresas.

Edições especiais do Remix também sobre os 367 anos de Sorocaba começam hoje no canal IGTV no Instagram do jornal Cruzeiro do Sul (@jornalcruzeiro). Na primeira edição, o jornalista Manuel Garcia conta a evolução da história de Sorocaba por meio da arquitetura, mostrando as principais construções da cidade. (Ana Cláudia Martins)