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Segurança

Tolerância Zero na região central gera expectativa entre sorocabanos

Comerciantes e frequentadores apostam na eficiência de programa municipal de segurança

12 de Agosto de 2021 às 01:38
Vinicius Camargo [email protected]
No dia 29 de novembro, houve três mortes
No dia 29 de novembro, houve três mortes (Crédito: Arquivo / Jornal Cruzeiro do Sul )

Comerciantes e frequentadores do Centro acreditam, em geral, na eficiência do programa Centro Mais Seguro Tolerância Zero. O projeto, lançado recentemente pela Prefeitura de Sorocaba, visa ampliar e integrar as ações de segurança pública na região central. Algumas pessoas consideram a segurança falha na área, visto que, frequentemente, há roubos e furtos e lojas e pedestres. Por isso, veem a iniciativa uma alternativa para mudar esse cenário.

Para a empresária Vanya Meiken, proprietária de uma joalheira na Braguinha, o atual esquema de segurança na área é adequado. “Os efetivos da Força Tática e da GCM passam por aqui com frequência, em viaturas e motos”, conta. Porém, conforme a lojista, o patrulhamento não é tão intenso em todas as vias do Centro. "Nas rua Miranda Azevedo e rua da Penha, não há tanta fiscalização. Lá, os comerciantes ficam mais desguarnecidos”, completa.

Vanessa Adame, dona de uma loja de cosméticos na rua da Penha, descreve, justamente, a situação descrita por Vanya. De acordo com ela, roubos e furtos e a lojas e pedestres, bem como a clientes nas saídas de bancos são recorrentes ali. O próprio comércio dela foi furtado há cerca de três meses. “É raro passarem viaturas aqui. Se eles (forças de segurança) circulassem mais, imporiam um pouco mais de respeito”, acredita. Desta forma, para a comerciante, é essencial reforçar o esquema de segurança na região.

A reportagem do Cruzeiro do Sul permaneceu no Centro, na terça-feira (10), por mais de uma hora. Nesse período, apenas duas viaturas da Polícia Militar foram vistas.

O fortalecimento das ações também é defendido pelo aposentado Izauri Apirenobon, de 77 anos, morador de um prédio na Braguinha. “Há pouco policiamento. De vez em quando, policiais passam de moto, mas muito rápido. Eles só passam durante o dia, e, à noite, somem”, informa.

Já a autônoma Kátia Regina Rudolf, 36 anos, que passa frequentemente e já trabalhou no Centro, acredita que o programa Tolerância Zero vai melhorar a segurança. Mas, para ela, a Prefeitura deveria investir, também, em campanhas de conscientização dos consumidores. Vanya defende a mesma posição. Ambas citam, como exemplos, ações para orientar os clientes sobre como andar com bolsas, os cuidados com celulares e a sempre atentos. “A Prefeitura deveria colocar cartazes em lugares visíveis, para orientar”, comenta Kátia.

Outras medidas

Vanya ainda sugere outras medidas que poderiam ser adotadas pelo Poder Público. Uma delas é ampliação da fiscalização do trabalho dos ambulantes. Segundo ela, o número de camelôs aumentou no local, nos últimos dias. Ela acrescenta que os vendedores informais, muitas vezes, sujam as ruas e abordam as pessoas de formam inadequada.

Mais um problema indicado pela empresária é a altura das músicas em caixas de som colocadas nas entradas de diversos comércios. “(A música alta) atrapalha muito o meu trabalho, porque eu preciso conversar e explicar muitas coisas para os clientes”, reclama. “Até existe o código de postura, mas não há fiscalização. Esse trabalho (de fiscalização) tem que ser feito por diversas secretarias”, diz. (Vinicius Camargo)

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Programa municipal de segurança foi lançado no dia 6 de agosto

O programa foi lançado no último dia 6 de agosto e já está sendo desenvolvido. O objetivo da iniciativa é combater todos os tipos de crimes. O novo modelo é coordenado pela Segurança Urbana (Sesu) e Guarda Civil Municipal (GCM), em parceria com as polícias Militar, Civil e Federal.

Conta, ainda, com acompanhamento de equipes das secretarias de Governo, Cidadania, Saúde, Serviços Públicos e Obras, Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e da Controladoria Geral do Município.

Conforme o Executivo, a ideia é otimizar recursos e unir a ação das forças policiais atuantes na cidade. Para tanto, o programa é baseado na região central em círculos concêntricos. Cada parte tem um tipo de policiamento específico. O chamado centro expandido, abrangendo a área formada entre a Rodoviária, o Mercado Municipal e as ruas Souza Pereira e Arthur Gomes, tem patrulhamento com viaturas motorizadas.

Já uma área específica, composta pelo Fórum Velho e as ruas da Penha e Miranda Azevedo, recebem equipes a cavalo. As calçadas, na região de bulevares e na rua da Penha, são fiscalizadas por patrulhas com cães. Além disso, o miolo central do município tem reforço no policiamento preventivo e ostensivo a pé.

Por meio da iniciativa, a municipalidade igualmente criou três pontos de estacionamento de viaturas, um no Largo São Bento, outro no Largo do Rosário e mais um na praça Coronel Fernando Prestes. “Uma viatura específica será destacada para acompanhar a abertura e fechamento do comércio. Outra novidade é que todas as viaturas de patrulhamento passarão pelo Centro de Sorocaba, reforçando a segurança nos períodos diurno e noturno”, afirmou a administração municipal, em material divulgado para a imprensa.

No projeto, também está incluída a atuação de agentes do Setor de Fiscalização de Posturas, da Prefeitura, e da Polícia Civil. Eles vão “apurar e identificar locais suspeitos de práticas de atividades irregulares ou ilegais. Em contrapartida, a Polícia Federal dará apoio em ações para coibir a venda de cigarros contrabandeados. Caso haja necessidade, o helicóptero Águia, da PM, estará disponível para dar suporte aéreo em ocorrências”, detalhou a Prefeitura. (Vinicius Camargo)