FUA: 57 anos e pronta para novos desafios
Entidade mantenedora do Cruzeiro do Sul atua na educação, comunicação e filantropia
A Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) completa 57 anos hoje (31), com planos de seguir aprimorando as suas atividades frente aos novos desafios. Entre os principais objetivos estão expandir ainda mais o Colégio Politécnico e continuar a tarefa de manter o protagonismo do jornal Cruzeiro do Sul e torná-lo cada vez mais um produtor de conteúdo multiplataforma. Constituída no dia 31 de julho de 1964, a FUA atua em três pilares: educação, com a escola; comunicação, por meio do periódico, e filantropia, assessorando o terceiro setor.
O presidente do Conselho de Administração da FUA, César Augusto Ferraz dos Santos, atribuiu a longevidade da entidade à constante atenção e preservação dos seus princípios. Segundo César Ferraz, ao longo do tempo a fundação evoluiu, mas nunca deixou de lado os seus valores e sua missão. “Nunca nos distanciamos dos nossos princípios morais e éticos. Esta é a receita certa para nos mantermos fortes e unidos por tantos anos em torno de nossos ideais, sem nenhuma crise institucional sequer”, diz.
De acordo com o presidente, a força motriz da entidade é, desde a sua constituição, o desenvolvimento da cidadania, por meio da educação. Por isso, de acordo com ele, o trabalho da FUA não beneficia apenas os colaboradores nela atuantes, estendendo-se também e principalmente para toda a sociedade sorocabana. “A educação é difundida num espectro amplo, tanto com o Colégio Politécnico, que está classificado entre as melhores escolas da cidade e disponibiliza um ensino de qualidade para seus mais de 1.300 alunos, muitos deles beneficiários das bolsas de estudos concedidas pela Fundação, atingindo famílias da cidade e da região, como também por meio da comunicação, pois não há como negar que o jornal seja uma importante ferramenta de educação, fomentando a leitura, formando cidadãos mais bem informados e aptos a construírem sua opinião sobre todos os fatos relevantes da vida cotidiana”.
Ainda conforme Santos, o apoio a entidades beneficentes é outro exemplo do amplo alcance do trabalho da fundação. O presidente pontua que, além da ajuda direta às instituições, os atendidos por elas também são beneficiados. As Entidades diretamente ligadas à FUA são o Lar Escola Monteiro Lobato, a Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, a Vila dos Velhinhos e a Associação Protetora dos Insanos, dentre outras. “Isto reforça nossa histórica atuação no terceiro setor, sem fazermos distinção de quem vamos auxiliar”.
Ele também destaca como um dos diferenciais da fundação, o fato de todos os membros do Conselho atuarem voluntariamente. “Temos a certeza de que quem trabalha na gestão da fundação está de corpo e alma se dedicando a realizar um bom trabalho, porque não ganha nada além da satisfação de bem servir à sociedade”, completa.
O presidente do Conselho Superior, Valdir Euclides Buffo Junior, também destaca o comprometimento da fundação. “Os fatores que justificam a sua sobrevivência, sem qualquer dúvida, são a dedicação, a união, a perseverança e os princípios de todos os seus conselheiros. Crentes em Deus e na família, temos a certeza de que a educação é o caminho para que o homem evolua e consiga transformar o que precisa ser modificado”.
Buffo lembrou o momento atual pelo qual passamos. “O Brasil é um país maravilhoso. Em contrapartida, precisaríamos de mudanças para que algumas coisas melhorassem, principalmente em nossas leis. As mesmas precisam de ajustes para que instituições, empresas, empreendedores, profissionais, trabalhadores, enfim, todos nós, brasileiros, possamos viver melhor, mais seguros e com maiores perspectivas de um futuro promissor. Muitas mudanças já estão acontecendo em nosso País e também em nossa cidade. Acredito estarmos passando por um momento difícil, mas sou esperançoso de que teremos dias melhores pela frente”.
Boom industrial
Um dos 21 instituidores da FUA, Laelso Rodrigues enfatiza a contribuição da fundação, inclusive, para o desenvolvimento industrial de Sorocaba. Nos anos 70, presidiu a Comissão de Desenvolvimento Industrial da cidade, enquanto representante da FUA. A comissão, sob a liderança de Rodrigues, conseguiu atrair diversas empresas para o município. “Quando Sorocaba se desmembrou de Votorantim, a cidade ficou, praticamente, sem nenhuma indústria de porte. Foi então que, com a Comissão de Desenvolvimento Industrial de Sorocaba, por meio da divulgação e do apoio incondicional da FUA, criou-se a zona industrial, que, hoje, é um modelo”, conta.
Planos para o futuro
As ações da FUA não devem parar por aí. A entidade pretende aprimorar, constantemente, o seu trabalho, sobretudo, nos âmbitos educacional e de comunicação. Segundo Laelso, a fundação já alcançou importantes conquistas. Uma delas foi a inauguração da segunda unidade do Colégio Politécnico, no Alto da Boa Vista, em janeiro deste ano. A outra foi a digitalização de todo o acervo do Cruzeiro do Sul. “Como o Cruzeiro do Sul já tem 118 anos, nós, praticamente, somos um cartório dos fatos ocorridos nesse período. E, hoje, qualquer pessoa pode saber o que aconteceu em Sorocaba nesses 118 anos por meio dos arquivos digitalizados”, informa.
O jornal é um dos 31 periódicos centenários do Brasil. As versões impressa e digital do Cruzeiro já passaram por diversas outras modernizações. Na mais recente, um novo site, com layout totalmente reformulado, foi lançado, em abril deste ano. “O jornal vem sempre buscando se aperfeiçoar e se modernizar, com todas as novas tecnologias que estão disponíveis no mercado”, diz César. “Queremos que o Cruzeiro continue tendo a relevância que ele sempre teve no meio jornalístico sorocabano e em toda a Região Metropolitana, mantendo-se como maior jornal do interior do Estado do São Paulo e um dos poucos jornais centenários e mais modernos do Brasil’, afirma. “Este importante meio de informação, há mais de 100 anos cumpre fielmente sua missão de informar com seriedade e seguranca a população de nossa região”, complementa Valdir Buffo.
Assim como o jornal, o Politécnico conquistou reconhecimento na cidade devido ao ensino e à estrutura. “A escola é, hoje, uma das principais de Sorocaba”, lembra Laelso. O renome já consolidado não é motivo para a FUA cessar os investimentos na instituição. Pelo contrário. A ideia é manter melhoramentos contínuos. “A FUA está investindo muita energia na construção de mecanismos educacionais. Nossa meta é oferecer aos alunos dos Colégios Poli 1 e Poli 2 uma estrutura educacional de excelência”, afirma Valdir. “Sem esquecer que isso tudo começou muito antes da existência da FUA, na Loja Perseverança III, onde existiu a Escola Noturna para alfabetização. Desde o passado, e sempre olhando para o futuro, todos os membros do Conselho estiveram e permanecerão unidos neste propósito de contribuir à sociedade, com mais acesso à educação e a um futuro melhor. Que Deus nos abençoe e continue a guiar nosso caminho”, finaliza Buffo.
História começa na Loja Perseverança III
A Fundação Ubaldino do Amaral foi constituída dentro da Loja Maçônica Perseverança III, de Sorocaba. Foi criada a partir da compra da Editora Cruzeiro do Sul S/A, avalizada pelos seus 21 instituidores.
O nome do patrono homenageia Ubaldino do Amaral Fontoura (1842-1920), um dos fundadores da Perseverança III e da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Ubaldino, atuante no movimento abolicionista, trabalhou como jornalista, na cidade. Depois, foi para o Rio de Janeiro, onde atuou como advogado e político. Chegou a ser intendente (cargo equivalente a prefeito) local, senador da República e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um Conselho Superior, formado por 84 membros e uma Diretoria Executiva, administra a fundação. A diretoria é eleita a cada biênio pelo Conselho, órgão supremo da FUA. Os conselheiros e diretores desempenham as suas funções de forma voluntária e abnegadamente. Assim, não recebem remuneração, vantagem ou benefício. (Vinicius Camargo)
Galeria
Confira a galeria de fotos