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Natal de 2017

Acusado de matar e jogar o corpo de mulher em represa é condenado a 18 anos de prisão

Crime ocorreu em 2017 e julgamento foi realizado nesta sexta-feira (23)

23 de Julho de 2021 às 09:22
Kally Momesso [email protected]
A mãe da criança, Juliana Jovino, foi encontrada morta na represa de Itupararanga há quatro anos
A mãe da criança, Juliana Jovino, foi encontrada morta na represa de Itupararanga há quatro anos (Crédito: Reprodução)

Celso Rodrigues Nunes, de 33 anos, foi condenado na sexta-feira (23), no início da noite, a mais de 18 anos prisão, em regime fechado, por ter matado e jogado o corpo da jovem Juliana Jovino na represa de Itupararanga, em Votorantim. O julgamento foi por júri popular. O crime aconteceu no Natal de 2017. Ele ainda abandonou a filha da vítima, com 2 anos na época, próximo da rodovia Raposo Tavares.


De acordo com Vera Lúcia Jovino, irmã da vítima e que passou o dia inteiro na frente do Fórum de Votorantim aguardando o julgamento, a pena foi de 18 anos e um mês, em regime fechado. Entretanto, ela considera que a pena foi branda. “Ele merecia uma pena maior. Não é culpa do promotor, dos jurados, da juíza. A culpa é da lei do nosso País. Ele tentou ter relação com ela”, comenta.

O julgamento ocorreu após três anos e seis meses do crime. A demora também é alvo de reclamação. “Demorou muito. É uma ferida que estava amenizada e hoje revivemos tudo de novo. Poderia ter sido julgado antes”, comenta. Ainda conforme ela, ele não foi condenado por feminicídio, uma vez que foi não foi caracterizado que ele tinha um caso com a vítima.

A defesa de Celso alegava que o cliente já havia encontrado Juliana morta na casa após suposto uso de drogas e overdose. Ele alegou que ocultou o corpo da namorada na represa de Votorantim no desespero. Vera afirmou ao Cruzeiro do Sul que a suposta overdose não foi comprovada ao longo da investigação.

O julgamento seria às 10h no Fórum de Votorantim, mas por conta da ausência de três testemunhas da acusação, atrasou. Para evitar o adiamento, o juiz precisou aguardar a condução das testemunhas. O veredito saiu por volta das 19h.

O caso

As investigações começaram há quatro anos, quando uma criança foi abandonada, em plena manhã de Natal, em uma rua do Jardim Novo Eldorado, na zona leste de Sorocaba. A menina estava suja, usava somente uma fralda e foi encontrada abraçada a uma árvore por um morador que andava a pé pela rua Celina Stela Corradi, próximo da rodovia Raposo Tavares (SP-270). A criança não aparentava sinais de violência.

Posteriormente, a polícia encontrou o corpo da mãe boiando na represa, a mais de 20 quilômetros do local onde a menina foi localizada. Juliana Jovino usava apenas roupas íntimas, mas o corpo igualmente não tinha sinais de agressão.

Após a divulgação da foto da criança em redes sociais, duas tias identificaram a menina e procuraram o Conselho Tutelar. Elas informaram que a jovem havia saído com a filha para passar o Natal com uma amiga. Mais tarde, elas souberam que as duas foram vistas saindo de uma festa com o namorado de Juliana. Eles teriam se conhecido pela internet.

Quatro anos depois

Antes do julgamento, Vera Lúcia Jovino relatou as marcas que o crime deixou em toda a família. Ela contou que sua mãe (e avó da menina), não conseguiu comparecer ao julgamento. “Só Deus para nos consolar neste momento tão difícil que estamos revivendo tudo. Minha mãe não teve condições de vir. Passou muito mal”, disse ela.

Vera relembrou também do falecimento de seu pai. “Meu pai veio a falecer seis meses depois. Por mais que tentássemos fazer de tudo para superar, ele acabou tendo um infarto fulminante”, relembrou. Já a filha de Juliana, ainda sofre com a perda da mãe. “Por mais que já tenha passado três anos e meio, ela ainda fala do ocorrido. Falam que crianças esquecem, mas é mentira. Ela lembra de tudo”, disse.
(Colaborou Marcel Scinocca. Edição: Aldo Fogaça)

Atualizado às 22h18, com o resultado do julgamento.