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Medicamentos

Farmácia de alto custo registra falta de ao menos 4 remédios

Os remédios são retirados gratuitamente pelos pacientes no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)

10 de Julho de 2021 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Usuários relatam dificuldade par receber os medicamentos de alto custo.
Usuários relatam dificuldade par receber os medicamentos de alto custo. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (8/7/2021))

Pacientes que necessitam de medicamentos de alto custo em Sorocaba reclamam da falta deles desde o ano passado. Os remédios são retirados gratuitamente pelos pacientes na farmácia de alto custo do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), complexo hospitalar estadual.

Os pacientes ouvidos pelo Cruzeiro do Sul reclamam da falta de pelo menos quatro medicamentos de alto custo: Enoxaparina Sódica, Levetiracetam, Galvus Met e Diamicron.

Questionada a respeito, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Enoxaparina Sódica (40 mg) e Levetiracetam (100 mg/ml; 250 mg e 750 mg) são de responsabilidade de aquisição e distribuição do Ministério da Saúde, que tem feito entregas irregulares e impactando diretamente na assistência aos pacientes do estado de São Paulo.

“A Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) de Sorocaba possui em estoque somente o Levetiracetam 100 mg/ml e 750mg no momento. A Secretaria de Estado da Saúde tem cobrado exaustivamente o órgão federal quanto ao reabastecimento dos demais itens e os pacientes serão comunicados tão logo ocorra a disponibilidade”, aponta a pasta estadual.

O remédio Levetiracetam é indicado para o tratamento de em pacientes com diagnóstico recente de epilepsia. Já o Enoxaparina Sódica é utilizado principalmente no tratamento de isquemias e infarto do miocárdio.

Segundo uma paciente, que não quis ser identificada, o Enoxaparina Sódica é indicado para gestantes com problemas de Trombofilia. A paciente afirma que a falta do medicamento pode ser um fator de risco para gestantes e seus bebês. Segundo ela, o remédio está em falta há mais de um mês na farmácia de alto custo.

Pacientes reclamam

Mirella Cristina dos Santos, 37 anos, afirma que necessita do medicamento Levetiracetam para a filha de 4 anos e que há mais de três meses ele está em falta na farmácia de alto custo em Sorocaba.

Ela afirma que a filha precisa de três caixas por mês do remédio e que na farmácia tradicional cada caixa custa em média R$ 140. “Minha filha não pode ficar um dia sem tomar essa medicação e quando não tem na farmácia de alto custo a gente se vira como pode e tenta comprar. É muito difícil”, lamenta.

Já os pacientes Ana Maria Prestes dos Santos, 63 anos, e Adeilson Moura dos Santos, 69 anos, fazem tratamento para diabetes mellitus tipo 2, e desde setembro do ano passado não conseguem mais retirar na farmácia de alto custo os medicamentos Galvus Met e Diamicron. Ambos são para o tratamento da doença.

Questionada a respeito, a Secretaria de Estado da Saúde informa que os medicamentos Galvus Met e Diamicron não compõem a lista de itens padronizados pelo Ministério da Saúde para distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS). “Portanto, o fornecimento destes itens ocorre mediante solicitação judicial individualizada, como os casos dos pacientes citados pela reportagem. Os medicamentos já estão em processo de compra e foi cobrada celeridade aos fornecedores para entrega”, informa.

Ana Maria disse que ela e o marido Adeilson possuem medida judicial para o fornecimento gratuito dos medicamentos, e que a falta dos mesmos ocorre com frequência na farmácia de alto custo. (Ana Cláudia Martins)