A Prefeitura de Sorocaba teve problemas para atender pacientes que precisaram de ambulâncias nos últimos dias na cidade. Houve demora tanto para transferência de uma unidade para outra quanto para atendimento em emergência. Por meio da Secretaria de Saúde (SES), o Executivo afirmou está reavaliando parte do serviço e também alegou aumento na demanda para ao menos um dos casos relatados pela reportagem.

O avô de Letícia Moraes Baldo, que tem 64 anos, teve problemas para ser transferido da Unidade de Pronto Atendimento do Éden para a Santa Casa. Segundo a família, ele esperou por cerca de 48 horas entre o primeiro atendimento e a transferência. O homem passou mal na sexta-feira (2) quando dirigia nas proximidades da Cruz de Ferro, na zona norte da cidade.

Após ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele foi encaminhado para a UPA. Na unidade, foi diagnosticado com o coronavírus. Com problemas respiratórios, o idoso chegou a ser intubado. Ele foi transferido para a unidade de saúde apenas na madrugada de segunda-feira (5). “Nós ficamos desesperados”, conta Letícia, que ainda reclamou da falta de informações sobre o estado de saúde do familiar. “Até agora nada, ninguém entrou em contato”, relatou, por volta das 18h30 desta segunda-feira (5).

De acordo com a SES, o serviço de ambulâncias está sendo reavaliado pela atual gestão municipal. “O modelo de transferência entre equipamentos de saúde é adotado, há anos, pelo município, envolvendo o SAMU para a realização de transferências”, disse, comentando o fato de o SAMU estar realizado a transferência, mas sem falar sobre a demora.

Na sexta-feira, o problema também afetou o senhor Ernando da Silva, de 73 anos. Segundo a família, não havia ambulância para transferir o paciente da UPH Norte para a Santa Casa. “Houve uma grande demanda de ocorrências nesta sexta-feira (2) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) entre ocorrências externas (acidentes) e transferências hospitalares”, alegou a SES, para justificar a demora. Ele foi transferido ainda na sexta-feira.

No Jardim Ana Maria, na zona norte de Sorocaba, o problema foi outro, mas também envolveu ambulância. Na rua Sousa Guerra, um senhor passou mal enquanto transitava pela calçada do comerciante Alex Sandro Muniz Frada. Segundo ele, o senhor chegou a ter convulsões enquanto aguardava atendimento. Ainda conforme ele, a emergência foi acionada por volta das 18h e só chegou ao local por volta das 19h30. A família do comerciante fez vigília no local até o atendimento, fornecendo água e um cobertor para a vítima. A Prefeitura de Sorocaba não justificou o motivo da demora.

Problemas em UPH

Também houve problemas com relação ao atendimento na UPH Leste, na avenida Nogueira Padilha. A reclamação foi de demora. Sobre a questão, a SES afirmou que, em virtude da pandemia da Covid-19, “a cidade de Sorocaba segue processo dinâmico de adequação de sua capacidade de atendimento médico de urgência e emergência, com aumento de profissionais da saúde na linha de frente, aumento da capacidade física dos prontos atendimentos, bem como a constante avaliação da necessidade de aumento de leitos de internação de enfermaria e leitos com suporte ventilatório”.

A nota prossegue: “Em casos e dias isolados, com o aumento da procura por atendimentos, a unidade é contatada pela Secretaria da Saúde (SES), que aciona a coordenação médica local para providenciar reforço na escala”. (Marcel Scinocca)