A não utilização do ossuário do cemitério Santo Antônio, em Sorocaba, vem causando transtornos para parentes de pessoas sepultadas. Mário Lima, por exemplo, busca, sem sucesso, transferir a sogra de volta à sua cidade natal. De acordo com a administração, as obras do ossuário do cemitério Santo Antônio já foram concluídas. Entretanto, por conta de alterações na lei, não está sendo usado.

Conforme Mário, a mãe de sua esposa morreu em 1993 e seus restos mortais precisaram ser transferidos para Ourinhos. “Ela sempre viveu em Sorocaba. O certo era trazer ela para cá, mas eu acho desrespeitoso compartilhar o jazigo”, contou.

A reclamação de Mário vai ao encontro da alteração da Lei Municipal 5271/96 com relação aos restos mortais. Atualizada em 2018, a nova determinação permite a reutilização das covas e jazigos e dispensa o uso de ossuários. A Prefeitura de Sorocaba informou que “está providenciando para que seja feita regulamentação da referida lei e o ossuário possa ser devidamente utilizado”.

A municipalidade também disse que foram construídos 240 lóculos e que, nos cemitérios municipais são transferidos, em média, 35 restos mortais, por ano. Questionada se existem ossuários suficientes em outros cemitérios municipais, a administração afirmou que existe o suficiente para atender a demanda da cidade.

A Prefeitura de Sorocaba ainda reiterou que “as famílias não precisam realizar a retirada de restos mortais do cemitério Santo Antônio, se assim não desejarem, considerando que a reutilização das covas/jazigos respeita a memória daqueles que ali estão sepultados. Todavia, para quem deseja fazer a retirada, é preciso aguardar o período necessário para tal procedimento e ter um destino regulamentado”, explicou. (Da Redação)