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Comemoração

Bombeiros de Sorocaba festejam seu dia hoje, às 11h, com carreata na Dom Aguirre

02 de Julho de 2021 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
Sargento Edgar João Dias está na corporação há 28 anos. No próximo dia 9, ele será promovido a subtenente.
Sargento Edgar João Dias está na corporação há 28 anos. No próximo dia 9, ele será promovido a subtenente. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (1/7/2021))

Da retirada de gatos de árvores à remoção de vítimas presas às ferragens em acidentes de trânsito. Do salvamento de animais caídos em buracos à erradicação de grandes incêndios. Do atendimento a quem sofreu uma queda em casa ao resgate de pessoas sob escombros de desabamentos. Independentemente da gravidade da ocorrência, os bombeiros têm como principal missão ajudar e salvar vidas. Em Sorocaba, de janeiro a julho, os 173 socorristas do contingente da cidade atenderam 5.041 ocorrências.

Por conta do trabalho prestado à sociedade, esses profissionais têm um dia dedicado exclusivamente a eles. Nesta sexta-feira (2), é celebrado o Dia do Bombeiro Brasileiro. Em Sorocaba, a data será comemorada com uma carreata. A concentração será às 11h, em frente à base do Corpo de Bombeiros do Jardim Santa Rosália. O percurso seguirá pela avenida Dom Aguirre, até a Ponte Pinheiros. Na volta, retorna pela Dom Aguirre, passa pelo Parque das Águas e termina no ponto de partida.

A ação será realizada por 30 bombeiros, em seis viaturas. A carreata é aberta ao público. Assim, os interessados podem participar com os seus carros. Segundo os bombeiros, além de celebrar a data, o objetivo do evento é conscientizar sobre a prevenção de incêndios.

Paixão pela profissão

“Eu não estou bombeiro. Eu sou bombeiro”. É assim que o primeiro sargento do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, Edgar João Dias, de 48 anos, define o seu amor pela profissão. Bombeiro há 28 anos, ingressou na corporação aos 20 anos, por influência dos irmãos. “Os meus irmãos são policiais. Então, eu sempre quis ser policial. Mas um irmão me disse: 'Edgar, vai ser bombeiro. Os bombeiros gostam de ajudar as pessoas e você também'. Então, eu entrei em 1993 e estou até hoje”, conta Dias.

O irmão do sargento estava certo. Ele afirma ainda ter a mesma paixão, dedicação e vontade de ajudar que tinha no início da carreira. Segundo ele, o seu altruísmo é intrínseco e enraizado. “Eu nem considero que trabalho, porque faço com amor. Eu vibro quando consigo ajudar alguém. Quando alguém pede ajuda, todo mundo dá um passo para trás, mas nós (bombeiros) damos um passo para frente”, fala.

O reconhecimento não vem só nos agradecimentos da população. Dias iniciou na corporação como cabo. Depois, foi promovido a terceiro sargento. Posteriormente, a segundo, até chegar ao posto atual. E a ascensão na carreira não para por aí: no dia 9 de julho, assumirá a função de subtenente.

O sargento diz atender, em média, dez ocorrências por plantão de 24 horas. Em algumas delas, arrisca a própria vida para salvar a do próximo. Mesmo assim, não desiste, pois, com o altruísmo sempre aflorado, considera que poderia ser um de seus entes queridos naquela situação. “Teve uma ocorrência em que caiu um prédio. Nós entramos dentro do prédio, debaixo dos escombros. Uma pessoa estava presa. Nós estávamos tentando tirá-la. Nessa intervenção, a estrutura do prédio abalou, e todo mundo que estava do lado de fora falou para sairmos. Mas a pessoa presa falou: ‘bombeiro, pelo amor de Deus, não me deixa aqui sozinho'. E nós ficamos lá para salvá-la”, relata.

O desejo de auxiliar quem precisa e salvar vidas também motivou a soldado Camila Lopes de Moraes, de 33 anos, a ingressar na corporação. Conforme ela, cuidar das pessoas é a sua vocação. Tanto que, antes se tornar bombeira, era enfermeira. O sonho de Camila foi inspirado pelo avô, o pai e dois tios, todos bombeiros.

Porém, um impasse, ou melhor, cinco centímetros, a impediam de realizá-lo, em um primeiro momento. Ela mede 1,55 metro. Até 2016, a altura mínima exigida para mulheres exercerem a função era de 1,60 metro. Naquele ano, contudo, a regra mudou, e a estatura exigida passou a ser exatamente a de Camila. Era a chance dela. Determinada, não perdeu tempo, realizou o concurso público e passou. Era a concretização de seu sonho. “As minhas duas escolhas me direcionaram para o mesmo objetivo, que é cuidar de pessoas. Como bombeira, consigo servir às pessoas, aos animais, ao meio ambiente. O meu trabalho abrange todas as gamas da sociedade. Então, é muito gratificante”, diz.

De acordo com Camila, a missão dela é a mesma de todos os colegas de farda. Afinal, os bombeiros atuam em equipe. Ainda segundo ela, a efetividade do trabalho desses profissionais, inclusive, está diretamente relacionada ao trabalho em grupo. Conforme a bombeira, na profissão, o auxílio mútuo é fundamental. "Por eu ser muito baixinha, não consigo alcançar um lugar muito alto. Mas, se for um lugar estreito, eu consigo entrar. O que falta em mim, sobra no outro”, comenta. “Sempre fazemos essa analogia com o próprio nome, Corpo de Bombeiros. Cada parte desse corpo é um bombeiro trabalhando com o que ele tem de melhor e com as suas especialidades melhores desenvolvidas”, explica. (Vinicius Camargo)