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Sorocaba

Aumenta procura por energia limpa no Estado de São Paulo

No Estado, são 76.053 sistemas em operação, que abastecem cerca de 88.401 consumidores

27 de Junho de 2021 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Sérgio defende uso da energia solar para quem quer economizar na conta de luz.
Sérgio defende uso da energia solar para quem quer economizar na conta de luz. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (18/6/2021))

A produção de energia limpa e renovável tem despertado cada vez mais interesse em potenciais consumidores. Atualmente, é uma das principais alternativas para se evitar o gasto excessivo com a energia elétrica. Além da questão ambiental, a economia gerada pelo uso da alternativa sustentável tem ajudado empresários a investirem no próprio negócio. Somente no Estado de São Paulo, são mais de 700 megawatts (MW) operacionais em geração própria de energia, a partir da fonte solar, conforme mostrou o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). São 76.053 sistemas em operação, que abastecem cerca de 88.401 consumidores espalhados por 636 cidades.

Ou seja, 645 municípios paulistas já possuem pelo menos um sistema fotovoltaico instalado. O território paulista tem potencial de aproximadamente 13 mil gigawatt-hora (Gwh), tendo um fator de capacidade média de 31,3%, de acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente.

Já consumo de energia elétrica da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) representa 8,4% da energia elétrica consumida pelo Estado de São Paulo.

Ainda conforme a secretaria, na região de Sorocaba, que está entre as mais significativas na geração de energia, já existem 32 usinas termelétricas a diesel, 16 usinas hidrelétricas e seis movidas a bagaço de cana. Há também uma usina de resíduos florestais em Porto Feliz e uma de resíduos sólidos em Iperó. Segundo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também há uma usina solar e uma usina eólica na região, ambas experimentais de pequeno porte (0,26 kW e 2,24 kW, respectivamente).

Qualquer consumidor pode instalar miniusinas ao sistema de energia e compensar o consumo com crédito da energia gerada. O engenheiro eletricista Augusto José Vicente, de 55 anos, tem uma empresa que desenvolve projetos e instala usinas fotovoltaicas há quatro anos. Ele conta que também utiliza o sistema em sua própria casa e, nos últimos seis meses, notou aumento na busca por energia solar. “As pessoas estão se informando melhor sobre o assunto”, conta.

Instalação

Vicente explica que existe um processo burocrático para realizar a instalação. Primeiro, é preciso contratar uma empresa para desenvolver o projeto. Depois de pronto, é necessário mandá-lo à concessionária de energia elétrica para ser aprovado. No final do procedimento, a distribuidora trocará o medidor unidirecional (padrão instalado nas casas) por um bidirecional. A energia excedente gerada é transferida para a distribuidora, economizando até 95% da conta de luz.

Em Sorocaba, o restaurante Rancho da Costela, situado no Jardim Leocádia, foi o primeiro estabelecimento a utilizar energia fotovoltaica em Sorocaba. O proprietário, Sérgio Monteiro, de 56 anos, conta que ponderou bastante sobre questões econômicas e alternativas sustentáveis relacionadas a geração de energia, em 2019. No mesmo ano, ele decidiu instalar as placas solares. “Essa tecnologia é o futuro. Pensando no meio ambiente, apostei no sistema”, explica.

De acordo com o empresário, a energia produzida no local é suficiente para abastecer aproximadamente 90% da energia consumida no estabelecimento. O investimento para ter o sistema de energia solar no restaurante foi de R$ 170 mil e, para o proprietário, valeu a pena pois ele substituiu o gasto com energia elétrica pelo valor da prestação do financiamento. (Wilma Antunes - programa de estágio / Supervisão Carolina Santana)