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Sorocaba

Gpaci faz 38 anos de luta contra o câncer infantil

Hospital que é referência na sua área, festeja data e anuncia a inauguração do setor de medula óssea

23 de Junho de 2021 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
Atualmente, o Gpaci oferece atendimentos em 14 áreas, para as 48 cidades do Departamento Regional de Saúde de Sorocaba.
Atualmente, o Gpaci oferece atendimentos em 14 áreas, para as 48 cidades do Departamento Regional de Saúde de Sorocaba. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

Hospital que atende crianças e adolescentes, de zero a 18 anos de idade, com diversos tipos de câncer, o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), de Sorocaba, completa 38 anos de existência na sexta-feira (25).

A data está sendo marcada com mais um avanço obtido pela instituição: a inauguração do setor de medula óssea. Segundo a presidente do Gpaci, Maria Lucia Neiva de Lima, com a ala própria, os pacientes do Gpaci não precisarão mais fazer os transplantes em outras unidades. Ainda não há data para a inauguração do setor, que terá 10 leitos.

Inicialmente, serão realizados procedimentos autógenos (com a médula do próprio paciente). Futuramente, devem ser efetuados, também, os alogênicos (com medula de doador). “Tudo o que é necessário para que haja os transplantes já está pronto. Agora, dependemos da autorização do Ministério da Saúde (para iniciar os procedimentos)”, afirma ela.

Atualmente, o Gpaci oferece atendimentos em 14 áreas, para as 48 cidades do Departamento Regional de Saúde de Sorocaba (DRS-16). Só em 2020, foram 33.674 atendimentos, com média de 3.328 por mês.

Conforme Maria Lucia, a unidade dispõe de todos os tratamentos no campo da oncologia pediátrica. Fornece, gratuitamente, medicamentos, exames, procedimentos ambulatoriais e cirurgias para os pacientes. Ainda disponibiliza, apenas para moradores de Sorocaba, auxílios de urgência e emergência pediátrica. Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), disponibiliza exames, tomografia, ecocardiograma, ultrassonografia e radiologia para adultos e idosos.

Na unidade, o atendimento vai além da manutenção da saúde física dos pacientes. Eles recebem apoio de uma equipe multidisciplinar. Psicólogos e assistentes sociais, por exemplo, ajudam a enfrentar os efeitos do tratamento. Já professores ministram aulas no próprio hospital. Assim, evita-se a defasagem educacional dos alunos.

De acordo com a presidente, o atendimento humanizado é, sem dúvida, o principal diferencial do Gpaci. “O acolhimento é um fator primordial para o tratamento do câncer, porque a criança, geralmente, não conhece tanto a gravidade do problema”, fala.

A ajuda também se estende para as famílias dos atendidos. Segundo Maria Lucia, o suporte aos familiares é necessário porque eles vivenciam a angústia da descoberta do câncer junto do paciente. “Para que a pessoa se sinta encorajada a dar a continuidade ao tratamento (dos filhos), afinal é uma situação em que as pessoas costumam dizer que perdem o chão”, diz.

Os parentes recebem, inclusive, auxílio social. “Na maior parte dos casos, a família está passando por grandes dificuldades. Então, o Gpaci as atende com cestas básicas, com alimentação, com vestuário. Tudo o que seja necessário para trazer um pouco mais de conforto para atravessar essa fase difícil”, exemplifica. O trabalho é desenvolvido por profissionais de várias áreas e voluntários. São médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, biomédicos, psicólogos, radiologistas, assistentes sociais, dentistas, engenheiros clínicos e profissionais de informática.

O Gpaci possui toda a infraestrutura necessária, com seis mil metros quadrados de área. Ao todo, são 81 leitos clínicos e cirúrgicos. O centro cirúrgico conta com três salas para operações, além de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com oito leitos. O hospital tem consultórios médicos; ambulatório de quimioterapia; salas para atendimentos de fisioterapia, odontologia, psicologia, serviço social; nutrição; bem como setor para exames de imagem de diagnóstico. Há, ainda, a agência transfusional; laboratórios de análises clínicas, citologia, patologia e biologia molecular; refeitório; dentre outros serviços de apoio.

Todos esses recursos, completa Maria Lucia, são empregados para preservar o bem mais preciso dos atendidos: a vida. “O nosso maior objetivo é sempre a cura dos pacientes”, resume.

Hospital depende de apoio e doações

Fundado em 1983, por Elizabete Nonato, o Gpaci não tem fins lucrativos. O hospital atende tanto pacientes do SUS, quanto de planos de saúde. Contudo, segundo a presidente Maria Lucia Neiva de Lima, a maior parte dos atendimentos (75%) se dá no âmbito público. A unidade é referência no tratamento do câncer infantojuvenil desde 1992. Já a partir de 2015, também ganhou destaque nas áreas de urgência e emergência pediátrica. Além disso, em 2013, recebeu o título de Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Ministério da Saúde.

O hospital se mantém por meio de doações da iniciativa privada, de pessoas físicas e de membros do setor político. Igualmente arrecada recursos por meio de eventos, como os tradicionais bazares. Para o desenvolvimento de suas atividades neste ano, o Gpaci estima custo de R$ 39,5 milhões.

Por isso, segundo Maria Lucia, a unidade de saúde precisa, cada vez mais, da contribuição da população. A ajuda tornou-se mais primordial neste momento em que os eventos tiveram de ser suspensos e as doações caíram, por causa da pandemia de Covid-19.

Para contribuir, o interessado deve entrar em contato pelos telefones (15) 2101-6592 e (15) 99789-3908, ou pelo e-mail [email protected] . (Vinicius Camargo e Redação)