Formado em três faculdades, o pedagogo, professor de Educação Física e advogado Jesus Rodrigues Filho dedicou anos de sua vida a essas carreiras. Também chegou a ocupar altos cargos, sendo nomeado secretário da Educação, da Esporte e ainda foi o primeiro secretário da Cultura do município de Votorantim. No entanto, mesmo com toda essa bagagem profissional, um dos acontecimentos que mais o emocionam foi quando trabalhou de entregador do jornal Cruzeiro do Sul, na década de 1950.

Ele justifica que, além de ter sido seu primeiro emprego, o Cruzeiro faz parte de uma tradição em família, que começou com o saudoso pai e estende-se agora até os netos.

Jesus está agora com 82 anos e afirma que desde os 13 mantém uma rotina com o jornal. “Meu pai era agente (correspondente) do jornal, era responsável por levar o Cruzeiro até Votorantim, arrumar entregadores, e eu o ajudava. Meu pai inclusive trabalhava na aquisição de novas assinaturas”, conta.

Na época, os garotos faziam as entregas a pé, só depois a bicicleta passou a ser usada para agilizar o serviço. “Era gostoso, todas as crianças queriam entregar jornal. Era um primeiro emprego e a gente queria ter um dinheirinho para ir ao cinema.”

Até hoje, Jesus guarda essa recordação com muito carinho e a afinidade com o jornal persiste. “Nossa, lembro das amizades que a gente tinha com os assinantes naquele tempo. Tenho saudade disso, sabe, daquela atenção... Eu me sentia orgulhoso de levar a informação para as pessoas”, comenta.

Por conta dessa história com o jornal, Jesus -- que é assinante do Cruzeiro há 69 anos -- afirma que tem preferência pelo impresso. “Gosto de pegar no papel. Leio de manhã, logo após o café. É quando sento no sofá e vejo as notícias.” O neto João Pedro, de 18 anos, segue os passos do avô e também lê diariamente o jornal.

Homenagem

A numeróloga Heloisa Maria Cano Rosa, 73 anos, fez uma homenagem ao jornal Cruzeiro do Sul, ao qual tem sua mais alta estima. Por isso, ela colocou-o num altar, com a proteção de anjos e cristais. Dona de uma linda letra, Heloisa ainda escreveu a mão e com muito capricho, em um papel de carta, uma espécie de editorial dos 118 anos, no qual menciona diversas reportagens e colunas do jornal. Ela afirma na carta que o Cruzeiro é um sábio informante.

Agradecida ao jornal por acompanhá-la durante quase 60 anos de sua vida, Heloisa relembra como foi que se tornou leitora do Cruzeiro. “A gente sempre teve o jornal em casa e mesmo quando saí da cidade, voltava aos finais de semana para visitar meus pais, e a minha mãe me atualizava, através de suas leituras do jornal, sobre as coisas que estavam acontecendo em Sorocaba. Tenho um laço muito grande, muito familiar com o jornal, pois ele nunca me abandonou nas notícias.”

De acordo com a numeróloga, o Cruzeiro está em sua 5ª idade. “É a performance de uma vida de sabedoria. Se somar 118, temos o número 1, o que significa que este ano ele terá uma nova vida. Já quando completar 125 anos, o jornal vai dar um grande salto, mas até lá, vai progredindo sistematicamente”, afirma.

O Cruzeiro, pela opinião de Heloisa, é ultra informativo. “Traz um panorama muito abrangente da realidade. Pelo jornal, a gente acompanha não somente as notícias como podemos conhecer melhor a história de Sorocaba. Tenho todos os fascículos, tudo o que o jornal publica. É um jornal que tem muito zelo e respeito pelo assinante.” (Da Redação)