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Covid-19

Câmara de Sorocaba tem 58 casos positivos

02 de Junho de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
Fachada do prédio da Câmara de Sorocaba, no bairro Alto da Boa Vista.
Fachada do prédio da Câmara de Sorocaba, no bairro Alto da Boa Vista. (Crédito: ARQUIVO / JCS )

Cerca de 34% de 171 funcionários da Câmara de Sorocaba que realizaram exame testaram positivo para o novo coronavírus. A informação pelo confirmada pelo próprio Legislativo ontem (1º). Atualmente, a Câmara tem 236 funcionários.

De acordo com a Câmara, 58 dos 171 exames, excluindo de quem já teve a doença nos últimos 90 dias e os vacinados, testaram positivo para a doença, a maior parte, com possibilidade de infecção nos últimos sete dias. De acordo com o secretário geral da Câmara, Jonata Mena, o número é preocupante. “Vamos seguir toda a orientação da Vigilância em Saúde, em consonância com nossa médica, e continuaremos com expediente em teletrabalho”, explicou.

Comunicação

Para se ter ideia da gravidade da situação na Câmara, ao todo, 11 funcionários do setor de comunicação da Casa testaram reagente para IGM na Secretaria de Comunicação Institucional. Destes, 3 testaram IGG reagente. “Vale ressaltar, no entanto, que em alguns casos, pode haver resultados falsos-positivos de IGM. Caso entenda necessário, a Mesa Diretora pode solicitar novos testes em massa, novamente, para confirmar ou prevenir a contaminação antes do retorno das atividades”, diz a Câmara.

Ações

A reportagem do Cruzeiro do Sul recebeu, após o anúncio de 58 infectados na Câmara, diversas situações com registros que, em tese, descumprem as medidas sanitárias e de saúde pública recomendados por autoridades. As situações teriam ocorrido dentro e fora da Câmara. Ao menos até a sexta-feira (28), vereadores da Câmara de Sorocaba participaram de eventos com números consideráveis de pessoas, sendo que alguns deles houve troca de objetos. Em algumas situações, os eventos contaram com mais de 30 pessoas. A falta de máscara também teria ocorrido em gabinetes da Câmara, inclusive por vereadores.

Questionada, a Câmara de Sorocaba afirmou que a participação dos parlamentares em atos públicos durante o fim de semana, antes do resultado do exame, “levou em conta decisões pessoais e a não presença de sintomas da doença”. Sobre as regras que não teriam sido cumpridas, a Câmara argumentou que essas regras de controle de acesso foram respeitadas, adequadas ao Plano São Paulo de combate à pandemia e suas recentes alterações. Entretanto, há registros de mais pessoas em gabinetes, contrariando as normas. Em alguns casos, sem o uso de máscara.

A Câmara lembrou que o uso de máscara no local é obrigatório. Há registros, entretanto, em redes sociais, de vereadores sem a proteção. “Toda orientação e divulgação do uso de máscaras são realizadas nos canais e ferramentas de comunicação interna da Câmara, como intranet, jornal mural, informativos e comunicados. A Mesa Diretora da Câmara também conta com a responsabilidade das chefias para cobrar o devido uso de máscaras nos ambientes de trabalho. Nos ambientes coletivos, o controle é feito pela segurança patrimonial. Nos gabinetes dos vereadores, a Mesa Diretora conta com o bom senso dos parlamentares em promoverem o uso adequado e responsável das máscaras”, diz o Legislativo.

Houve relato também de demora na tomada de medidas com relação ao surto, o que foi negado. “O presidente em exercício vereador Luis Santos (Republicanos) foi informado durante a sessão de quinta-feira (28), sobre os casos em investigação na Câmara Municipal. Tão logo foi levantada a possibilidade de surto, o presidente determinou que todos os procedimentos necessários para o fechamento da Casa de lei fossem tomadas, como a consulta à médica do trabalho, as medidas legais e administrativas necessárias, a elaboração da comunicação e uma nova escala de trabalho home office para os funcionários, as providências necessárias para a testagem dos servidores, que foi realizada ontem”, alega. “Tão logo todos os cenários foram contemplados, o presidente em exercício determinou o fechamento do Legislativo a partir do dia seguinte, seguindo o Ato da Mesa Diretora em vigência”, acrescenta. (Marcel Scinocca)