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Sorocaba

Comerciante é preso suspeito de participar de esquema de roubo de cargas

O homem é apontado pela Deic como integrante de uma organização criminosa

31 de Maio de 2021 às 16:57
Em uma das lojas do comerciante, a polícia apreendeu parte os medicamentos veterinários roubados.
Em uma das lojas do comerciante, a polícia apreendeu parte os medicamentos veterinários roubados. (Crédito: Divulgação/ Deic Sorocaba )

Atualizada em 01/06/2021, às 13h 

A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba prendeu, na manhã desta segunda-feira (31), um comerciante, de 32 anos, suspeito de participar de um esquema de roubo de cargas de medicamentos. O empresário é suspeito de integrar uma associação criminosa atuante em todo o Brasil. Ele foi capturado durante uma ação de combate a esse tipo de crime. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na cidade. Os trabalhos contaram com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

Segundo o delegado Rodrigo Ayres, da Deic, a investigação começou há cinco meses. Foi iniciada após um caminhoneiro ter sido abordado com uma carga de remédios veterinários sem procedência em Minas. Ainda conforme Ayres, o lote de produtos transportados pelo homem, avaliado em R$ 1 milhão, tinha o mesmo número de série de medicamentos roubados em Guarulhos, cidade da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Durante a apuração, a polícia conseguiu rastrear a carga roubada no município paulista. Desta forma, descobriu-se que parte dela havia sido trazida para Sorocaba.

Na cidade, as ordens judiciais foram cumpridas em uma loja na Vila Santana, outra no bairro Mineirão e em um condomínio residencial no Alto da Boa Vista. No estabelecimento da Vila Santana, os policiais localizaram mais uma parte dos itens roubados, avaliados em R$ 310 mil. O dono do local foi preso. "Eram realizados os roubos de carga. Então, essa carga era desviada e parte dela era trazida para Sorocaba e ficava armazenada com esse investigado, que conseguiu um local para guardá-la", detalha Ayres sobre a participação do homem no esquema. Devido ao sigilo da investigação, a polícia não pode divulgar a identidade dele. 

Segundo o delegado, os medicamentos estavam escondidos no depósito da loja. A função do comerciante não era apenas guardá-los. Ele também tentava revendê-los em sites de vendas de produtos diversos, por preços abaixo dos praticados no mercado. "Esse medicamento, em específico, custa cerca de R$ 400 nas lojas de produtos veterinários, e o investigado os vendia pela metade do preço", conta Ayres.

Conforme Ayres, antes de colocar os remédios à venda, o lojista tentava legalizá-los, por meio, por exemplo, da emissão de notas fiscais frias. De acordo com o delegado, a polícia ainda apura se ele efetivamente conseguiu legalizar os produtos e comercializá-los ou se apenas tentou.

O suspeito não agia sozinho. Segundo Ayres, ele fazia parte de uma associação criminosa, mas ainda não se sabe o número de integrantes da quadrilha. As investigações continuam. A polícia busca identificar os demais envolvidos nos crimes, bem como outras roubadas pelo bando. Também tenta localizar o restante dos remédios veterinários roubados em Guarulhos. 

O investigado foi preso em flagrante e levado para a sede da Deic, onde foi autuado por receptação qualificada. A pena para o crime é de três a oito anos de prisão e multa. Ele passará por audiência de custódia, nos próximos dias. Se mantida a prisão, será encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. 

Os medicamentos apreendidos passarão por perícia. Agentes da perícia técnica e da Receita Federal já estiveram no local, para fazer a análise prévia do material. 

Outros produtos 

Na loja da Vila Santa, os policiais também encontraram maquiagens. Já no estabelecimento do Mineirão, igualmente de propriedade do investigado, foram achados aparelhos de ar-condicionado, fogões e mouses. Já na casa dele, situada no condomínio, nada de ilícito foi localizado. 

Segundo a Deic, esses itens não têm relação com o crime de roubo de cargas ou fraude fiscal, mas, ainda assim, a Polícia Civil, a Receita e a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo vão averiguá-los. "Será feita uma análise para saber se há algum produto falsificado, oriundo de contrabando ou de descaminho", informa Ayres.