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Pandemia

Nova variante P.4 tem casos em quatro cidades da RMS

A situação ocorreu em Iperó, Itapetininga, Cesário Lange e São Miguel Arcanjo

27 de Maio de 2021 às 01:22
Marcel Scinocca [email protected]
Os dados são obtidos a partir de sequenciamento genômico de uma parcela dos testes diagnósticos positivos
Os dados são obtidos a partir de sequenciamento genômico de uma parcela dos testes diagnósticos positivos (Crédito: JORNAL DA UNESP)

Pelo menos quatro cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) apresentaram infecções com a nova variante P.4 do coronavírus. Segundo a Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), a situação ocorreu em Iperó, Itapetininga, Cesário Lange e São Miguel Arcanjo. Estado e prefeituras ainda não receberam notificação oficial sobre a situação. Outras três variantes já foram identificadas em pelo menos 11 cidades da RMS.

Essa nova variante, P.4, é a mutação L452R na proteína S dos SARS-CoV-2. A descoberta foi realizada pelo Instituto de Biotecnologia (IBTEC), Instituto de Biociências - Unesp Botucatu, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) - Unesp de São José do Rio Preto, Laboratório de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) - Unesp de Araraquara e da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP-Pirassununga (FZEA-USP). O estudo foi fomentado pela Rede Corona-Ômica.BR-MCTI da RedeVírus-MCTI.

A Prefeitura de Iperó, por meio da Vigilância Epidemiológica municipal, informou nesta quarta-feira (26) que a administração municipal não recebeu notificação oficial pelos órgãos estaduais sobre a identificação da variante P.4. “Portanto, o município não tem informações sobre o paciente, nem se foi detectado o caso na cidade. É importante ressaltar que a nova variante em questão não se trata da variante indiana. Além disso, de acordo com os pesquisadores, ainda não se sabe se o vírus que sofreu mutação é mais agressivo ou mais letal”, diz material divulgado pelo Executivo de Iperó, que pediu que a população reforce os cuidados sanitários.

A Prefeitura de Itapetininga também informou que não notificada oficialmente pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo sobre registros desta variante no município. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, da mesma forma, afirmou que até a tarde desta quarta-feira (26), não havia notificação oficial das variantes P.4.

Especialistas lembram, entretanto, que é cedo para afirmar se a P.4 é mais transmissível ou letal do que o vírus original. Identificada em fevereiro, a P.4 já circulou nas cidades paulistas de Mococa, Itirapina, Araras, Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Rio Claro, Sumaré, Caconde, Tapiratiba, Capão Bonito, Itapeva, São José do Rio Pardo, Descalvado, Cordeirópolis, Ipeúna, Pirassununga e Porto Ferreira, além, evidentemente, das quatro cidades relatadas da RMS.

Outras variantes na Região Metropolitana de Sorocaba

Da P.1, chamada de variante de Manaus, foram oficialmente encontrados casos em Araçoiaba da Serra, Iperó, Itapetininga, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, Sorocaba, São Roque, Tietê e Votorantim. Somente em Sorocaba foram 19 casos. Nas demais cidade, foram 17 confirmações.

A variante B.1.1.7, parecida com a de origem no Reino Unido, teve um caso confirmado na cidade de Araçoiaba da Serra. Já a variante B.1.351, da África do Sul, foi confirmada em Sorocaba, com dois casos.

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, a detecção de novas variantes não deve ser confundida com diagnóstico, nem pode ser considerada de forma isolada. Trata-se de um instrumento de vigilância que contribui para o monitoramento da pandemia de Covid-19, não sendo necessário do ponto de vista técnico e científico sequenciamentos individualizados uma vez confirmada a circulação local da variante.

A confirmação ocorre por meio de sequenciamentos genéticos realizados por laboratórios como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e depende ainda do trabalho de Vigilância Epidemiológica para investigação dos casos, como históricos de viagens e contatos. Pesquisadores em todo o mundo seguem estudando o comportamento da pandemia e as mutações do vírus (SARS-CoV-2). (Marcel Scinocca)