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Familiares, amigos e ouvintes se despedem de Zilá Gonzaga

A radialista sorocabana foi sepultada na tarde desta sexta-feira (14)

14 de Maio de 2021 às 16:54
Sob forte emoção, familiares, amigos e ouvintes se despediram da radialista Zilá Gonzaga
Sob forte emoção, familiares, amigos e ouvintes se despediram da radialista Zilá Gonzaga (Crédito: Fábio Rogério (14/05/2020) )

Sob forte emoção, familiares, amigos e ouvintes se despediram da radialista sorocabana Zilá Gonzaga, na tarde desta sexta-feira (14). A "Rainha do Rádio" foi sepultada no Cemitério Memorial Park, no bairro Júlio de Mesquita Filho, por volta das 14h40. Ela morreu na noite de quinta-feira (13), as 87 anos, vítima de um câncer descoberto há aproximadamente cinco anos. O velório ocorreu na Ossel da Vila Assis, das 12 às 14h.

Ao prestarem a última homenagem à radialista, quem convivia com ela lembrou de sua alegria, do talento, da bondade e da voz inigualável. A aposentada Lepoldina de Moraes Ramos, de 65 anos, sobrinha de Zilá, cuidou da tia até o último de vida dela. 

Segundo Leopoldina, na vida pessoal, Zilá era exatamente como no rádio: "amável, bondosa, caridosa e sempre elegante". Ainda conforme a sobrinha, mesmo em meio às dificuldades causadas pelo câncer, a radialista jamais se esqueceu do amor pela profissão. "Até o último dia de vida, ela falou sobre o rádio", disse.

Quem conviveu profissionalmente com a "Rainha do Rádio" também pôde observar de perto a sua dedicação e paixão pela função. O radialista Décio Clemetino, de 64 anos, esteve ao lado de Zilá durante cerca de 33 anos, na rádio Cacique FM. Conforme Clementino, a amiga é incomparável. "Nunca conheci uma pessoa com tanta energia, com tanta alegria, com tanta audiência. O povo amava a Zilá", destacou.

Também radialista, Luiz Carlos Rodrigues, 49 anos, a conheceu nos anos 80, na Cacique, antes mesmo de começar a exercer a profissão. À época, aos 13 anos de idade, ingressou na rádio como menor aprendiz, nas funções de telefonista e responsável pelos serviços bancários. Desde então, nunca mais perdera o contato com a amiga.

No âmbito profissional, foram diversos reencontros entre ambos, nas rádios Nova FM, Ipanema, Líder FM, dentre outras. Para Rodrigues, ela deixou um legado. "No rádio, são poucas pessoas que têm uma longevidade dessa", pontuou. 

Apesar de, muitas vezes, não terem relações tão profundas com Zilá, os ouvintes também conseguiam perceber todo o seu carisma, por meio da voz marcante. A aposentada Helena Miceli, 74 anos, era uma dessas ouvintes assíduas da "Rainha do Rádio". Foram tantos anos acompanhado de audiência, que ela até perdeu a conta.

A atração favorita de Helena é a Hora do Rei, programa apresentado por Zilá, juntamente com Uriel Martins, em homenagem ao cantor Roberto Carlos, na Cacique. Todos domingos, das 8h às 10h (horário de exibição da Hora do Rei), ela não desviava a atenção do rádio, para não perder uma fala da companheira de todas as manhãs dominicais. "Para mim, ela era a melhor locutora de todas as rádios que já ouvi", falou.

 

Zilá Gonzaga era considerada a (crédito: Fábio Rogério (14/05/2021))

 

Sepultamento

O corpo de Zilá chegou ao cemitério por volta das 14h20. Antes do sepultamento, o caixão foi aberto, para os presentes se despedirem. Depois, foi conduzido à sepultura, em um cortejo.  

71 anos dedicados ao rádio  

Zilá é considerada um ícone do radialismo sorocabano, com 71 anos dedicados ao meio de comunicação. Natural de Porto Feliz, nasceu Francisca Gonzaga. Adotou o nome artístico para driblar a resistência do pai, pois, inicialmente, ele não concordava em ter uma filha artista.

Ao longo da carreira, atuou em radionovelas nas principais emissoras paulistanas, como cantora em programas de auditório e foi uma das primeiras locutoras da Ipanema FM, inaugurada no final dos anos 1980.

Nos últimos 25 anos, apresentou programas de entretenimento nas Emissoras Cacique -- Show de Mulher, no AM, e A Hora do Rei, no FM. Estava afastada das atrações há aproximadamente um ano, por conta da pandemia de Covid-19.

Devido ao seu destaque, a radialista recebeu, inclusive, o título de cidadã sorocabana, em 2005, por iniciativa do então vereador Francisco Moko Yabiku. Já em 2016, a sua trajetória foi tema de um documentário inédito, desenvolvido por alunos do curso de jornalismo de uma universidade particular da cidade. 

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