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Especial Dia das Mães

Da costura à pedagogia em uma família de médicos!

09 de Maio de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Vera: cinco filhos, 14 netos e três
Vera: cinco filhos, 14 netos e três "adoráveis" cachorros. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Após cinco anos de namoro, Vera Maria Cenci casou-se com Adhemar Guimarães em 1966, com quem esteve casada por 50 anos, até a partida dele, há seis. Desse vínculo, cinco filhos vieram ao mundo e foi por meio da costura que ela conseguiu sustentar a família.

“Quando casamos, estávamos ainda na faculdade, eu em Pedagogia e ele em Medicina. A única coisa que tínhamos para ganhar dinheiro eram as aulas de costura que eu dava. Estava grávida e montei uma escola de costura, passei a vender o método de Corte Centesimal. Não é da sua época, mas era com uma caixinha de moldes”.

Foi assim que a casa onde eles moraram por mais de 40 anos foi comprada. Ela chegou a ter 200 alunas e até lista de espera, isso cuidando dos filhos e terminando o curso na faculdade. O marido também estudava e chegou a trabalhar em um bar com o pai.

“Ganhamos bastante dinheiro assim, mas era estressante, terminei Pedagogia no sacrifício. No fim da faculdade, já tínhamos dois filhos. Passei a escola para algumas alunas, mas continuei vendendo o material por mais 30 anos. E, enfim, comecei a dar aula de matemática na rede pública”.

Isso aconteceu por volta de 1969. Depois, Vera tornou-se diretora e supervisora de ensino. O marido formou-se médico, trabalhou na PUC como professor, em hospital e abriu uma clínica, a Cenci Guimarães. Todos os filhos são médicos e trabalharam no local.

“Eu achava muito importante que meus filhos estudassem em escola pública. Eles sempre foram muito bem na escola, entraram na faculdade de medicina logo após sair da escola. Um fez USP e o restante foi para a PUC. Como o pai dava aula lá, eles não pagavam. Ou seja, nenhum dos meus filhos pagou para fazer Medicina”.

Não são só os filhos que dão orgulho a ela. Os 14 netos e “três adoráveis cachorros” não ficam atrás. Duas das netas fazem medicina, outro é advogado e por aí vai. Neste Dia das Mães, eles não ficarão juntos, mas só presencialmente.

“Atualmente curto minha velhice e assisto à beleza da minha família. Você aprende a viver consigo mesmo, passa a gostar de sua companhia. A velhice não é assim tão ruim. Apesar de eu e meus filhos, por serem médicos, estarmos vacinados, ficaremos longe. A gente se comunica, mas cada um no seu buraquinho. Eu sou muito rígida com isso: em primeiro lugar, tenho que dar exemplo. Não fui eu que inventei isso, só estou obedecendo”, finaliza. (Marina Bufon)

Associação Comercial de Sorocaba - ACSO
Associação Comercial de Sorocaba (crédito: ACSO)

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