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Lavagem de dinheiro

Ex-prefeito de Tietê é preso na Operação Tempestade da PF

Manoel David estava como diretor da Inova, uma prestadora de serviços para o Parque Tecnológico de Sorocaba

04 de Maio de 2021 às 23:57
Cruzeiro do Sul [email protected]
Ex-prefeito de Tietê, Manoel David Korn de Carvalho.
Ex-prefeito de Tietê, Manoel David Korn de Carvalho. (Crédito: Reprodução / Internet)

A 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo confirmou ontem (4) que o ex-prefeito de Tietê, Manoel David Korn de Carvalho, diretor da Agência de Desenvolvimento e Inovação de Sorocaba (Inova), que é uma prestadora de serviço para o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), foi preso na segunda-feira (3), em Tietê, durante operação da Polícia Federal de São Paulo. A informação é do Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de 1º Grau em São Paulo.

A defesa do ex-prefeito de Tietê, por meio de nota, informa que “Manoel David Korn de Carvalho sempre teve uma reputação ilibada e não tem contra si quaisquer antecedentes criminais. A sua atuação, seja no setor público ou no setor privado, sempre se pautou pela ética e legalidade. Desde a deflagração da operação, é possível perceber que a ordem de prisão preventiva é totalmente ilegal, desproporcional e precipitada. Não há qualquer fundamentação que justifique a prisão. A inocência dele será comprovada ainda na fase policial, até mesmo para estancar quaisquer dúvidas que surjam sobre as imputações que lhe foram direcionadas”.

A defesa informa ainda que “tem plena confiança na Justiça e mais firme convicção de que a prisão será
revogada pelas instâncias superiores, mesmo porque as mencionadas circunstâncias já estão sendo apreciadas pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região”.

Segundo a Polícia Federal de São Paulo, durante a operação Tempestade, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária, interdição judicial de seis empresas, 22 mandados de busca e apreensão, distribuídos entre São Paulo, Tietê, Guarujá, Rio de Janeiro e Brasília, além da interdição de atividade de um contador. A investigação tramita na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

A operação Tempestade foi deflagrada na manhã da última segunda, com apoio do Departamento Penitenciário (Depen), e faz parte da segunda fase da Operação Rei do Crime, cujo objetivo é desarticular núcleo financeiro responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção.

Questionada a respeito, a Inova informa que “a Agência de Desenvolvimento e Inovação de Sorocaba comunica que os fatos noticiados na ‘Operação Tempestade’, onde é citado o nome de um colaborador da Inova, não possuem nenhuma relação com a entidade”, diz nota enviada ao Cruzeiro do Sul.

Já a Prefeitura de Sorocaba informa que a Inova é uma empresa independente, prestadora de serviço para o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), e que o PTS está em contato com a Inova, para se informar sobre o assunto.

O Cruzeiro do Sul apurou que a presidência da Inova deverá se reunir, provavelmente, amanhã (6) para tratar da demissão de Manoel David.

Investigação

Conforme a Polícia Federal de São Paulo, a investigação possibilitou a identificação, localização e sequestro de valores no valor aproximado de R$ 30 milhões, consubstanciado em imóveis, veículos e interdição de seis empresas, bem como o bloqueio de valores em contas das pessoas físicas e jurídicas no limite de R$ 225 milhões. Segunda informações fornecidas pelo Coaf, o grupo investigado realizou operações financeiras atípicas superior a R$ 700 milhões.

De acordo com o que foi apurado, o núcleo financeiro identificado atuava em benefício de facção criminosa e atualmente vinha desenvolvendo atividades voltadas à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção, tendo como modus operandi a entrega física de valores a suspeitos de práticas ilícitas, que eram os beneficiários dos saques em espécies.

A investigação apontou ainda, segundo a Polícia Federal, um esquema de abertura de empresas fictícias, que eram utilizadas como “cortina de fumaça”, para a realização de depósitos de valores em uma instituição financeira de “fachada”, cujo papel no esquema era providenciar os saques dos valores e posterior entrega, em espécie, a terceiros com indícios de envolvimento em atividades ilícitas. (Da Redação)

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