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Sorocaba

Morte após doses da vacina acende alerta para manter cuidados contra Covid

Três idosos de Sorocaba, de um universo de 116 mil que tomaram ao menos uma dose da vacina, vieram a óbito

02 de Maio de 2021 às 00:01
Marina Bufon [email protected]
Fernando Ruiz, médico infectologista, enfatiza importância de se manter cuidados.
Fernando Ruiz, médico infectologista, enfatiza importância de se manter cuidados. (Crédito: EMÍDIO MARQUES / ARQUIVO JCS (5/12/2013))

Dentre os mais de 116 mil idosos que já receberam ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19 em Sorocaba, três vieram a falecer da doença após a tomada da segunda carga. Apesar de ser um número baixo de letalidade, esses três óbitos acendem um alerta: a necessidade de se resguardar com os mesmos cuidados ainda que já tenha havido imunização.

“Não importa o status vacinal do indivíduo. Tem que manter todos os cuidados recomendados quanto à prevenção da infecção. Uso obrigatório de máscaras, higiene frequente das mãos e a manutenção do distanciamento, evitando aglomerações e ambientes fechados”, disse o médico infectologista Fernando Ruiz, da Faculdade de Medicina da PUC, em Sorocaba.

O especialista ainda explicou que é de conhecimento geral que a vacina contra a Covid-19 protege novas infecções em 50% dos casos, aproximadamente, além de evitar quadros mais severos e internações em 80% das situações e, por fim, evitar óbitos em quase todos os casos. Por isso, ele disse que é necessário avaliar como esses óbitos aconteceram, ou seja, qual cepa ou variante foi a causadora das mortes desses idosos e se, além da idade avançada, havia alguma comorbidade ou doença debilitante.

“Recebi a informação de que esses três idosos faleceram da doença poucos dias após receberem a segunda dose da Coronavac. O organismo leva de três a quatro semanas para produzir anticorpos frente à exposição de um antígeno, no caso a vacina. A segunda dose é um ‘booster’, um reforço, propiciando uma maior produção desses anticorpos. Parece, então, que não houve essa possibilidade nesses casos”, explicou.

O médico afirmou que a idade avançada é uma das situações nas quais há menor produção de anticorpos, por conta do envelhecimento do sistema imunológico, e, por fim, defendeu a campanha de vacinação.

“O principal fator a ser levantado é que não houve evento adverso da vacina constatado nesses três casos, a causa mortis é a própria Covid-19, que já ceifou mais de 400 mil vidas em nosso País, a maior parte de idosos. Qual seria o total de óbitos se não estivéssemos a maior parcela dessas faixas etárias já vacinadas?”, indagou.

Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura (Secom), 74.447 idosos já haviam tomado a primeira dose da vacina até a última quarta-feira (28) em Sorocaba e mais 41.821 a segunda, totalizando 116.268 pessoas na cidade. (Marina Bufon)