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Cultura

Teatro ‘Peixe Fora d’Água’ segue em cartaz até dia 9

Com exibição on-line e gratuita, espetáculo traz Giovani Tozi e tem direção de Marcello Airoldi

02 de Maio de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Sátira política mostra cotidiano do morador de um bunker construído contra a pandemia.
Sátira política mostra cotidiano do morador de um bunker construído contra a pandemia. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Após o sucesso no lançamento do espetáculo “Não Se Mate”, no qual o sorocabano Giovani Tozi assina pela primeira vez texto e direção, o ator volta ao campo da atuação para dar vida ao morador de um bunker. Na história de “Peixe Fora d’Água”, o lugar foi construído para abrigar as melhores espécies de seres humanos, garantindo a continuidade da humanidade, depois de uma pandemia. A espetáculo é on-line e gratuito. A temporada começou na sexta-feira e segue até dia 9 de maio com exibições de sexta a domingo, sempre às 20h.

O texto de Marcello Airoldi partiu do experimento audiovisual “Peixe Cabeça de Cobra”, de Giovani Tozi, e propõe uma dramaturgia que se apoia no contexto social e político brasileiro atual. No conto, escrito durante os primeiros meses de isolamento em 2020, Tozi descreve de forma poética o cotidiano de um artista em isolamento, que se abala ao ver uma reportagem na televisão sobre um peixe predador que tem a habilidade de respirar fora da água e que é capaz de matar todos os outros peixes de um lago.

Em 2020, o poema de Tozi deu origem a uma série de experiências registradas em som e imagem, dirigidas por seis diferentes diretores teatrais: Guilherme Sant‘anna, Luiz Damasceno, Marco Antônio Pâmio, Sandra Corveloni; e (as ainda inéditas versões) de Marcelo Lazzaratto e Neyde Veneziano.

Inspirado pelos trabalhos audiovisuais, Airoldi faz uma sutil analogia entre o peixe predador no lago, e os indivíduos confinados no suposto bunker. A figura patética e grotesca do personagem interpretado por Tozi se contrapõe aos trágicos acontecimentos do Brasil atual, resultando numa inusitada combinação de elementos improváveis, mas que se justificam quando vistos dentro do ambiente criado pelo autor.

Marcelo Airoldi assina em parceria com o ator e musico César Mello a canção “Oxigênio” que será utilizada como prólogo do espetáculo. Além de César Mello, que assina a trilha sonora original, a equipe criativa conta com o design de luz de Cesar Pivetti, os figurinos de Fábio Namatame, fotografia de Priscila Prade, direção de audiovisual de Matheus Luz; make e arte de Louise Helène.

Monólogo é resultado da parceria entre Giovani Tozi e Marcello Airoldi. - DIVULGAÇÃO
Crédito: DIVULGAÇÃO / Descrição: Monólogo é resultado da parceria entre Giovani Tozi e Marcello Airoldi.

Sobre a experiência de estrear seu primeiro monólogo como ator, Tozi destaca: “É uma responsabilidade grande, que só é possível quando a gente pode confiar na condução do trabalho. Confio e admiro muito o artista que o Airoldi é. Vejo nas criações dele uma responsabilidade com o discurso e com contexto em que a arte se insere em nossa sociedade hoje.”

Marcello Airoldi vive um momento intenso na dramaturgia, já que é um dos idealizadores do Rede De Leituras, movimento concretizado durante a pandemia que reúne artistas, autores, atores e atrizes para a leitura de textos teatrais e o compartilhamento de ideias através de plataforma digitais.

Sobre seu personagem, Tozi conta que “foi assustadoramente inspirador humanizar o peixe cabeça de cobra. Esse trabalho de composição aconteceu de maneira fluida, e por isso eu não me dei conta do passo a passo das coisas. Me lembro de conversar com o Airoldi sobre o Grupo Cena 11 de Florianópolis, e relatar a preciosa pesquisa corporal que eles desenvolvem sobre o corpo em queda. Li sobre a zoantropia, que é um delírio onde a pessoa acredita, realmente, ser um animal. Esse personagem tem momentos de delírio, seja pela falta de oxigênio ou por estar há algum tempo bebendo a única fonte de água do bunker: a água do aquário.”

Sobre fazer uma sátira política, Tozi lembra que “o teatro brasileiro tem tradição no Teatro de Revista e que os quadros de sátiras políticas sempre foram um sucesso, pois dialogam diretamente com os conflitos atuais de uma sociedade. Usar o humor como ferramenta para a reflexão é uma forma autêntica de questionar os rumos de nossa sociedade. Tenho alguns mestres no teatro e um deles é o Jô Soares, que já criou personagens brilhantes satirizando os absurdos da política, como o Reizinho; o Julio Flores, o anarquista que era contratado para organizar greves; o quadro “presidente‘ ao lado de Francisco Milani; e tantos outros. O Jô é uma grande inspiração, sempre.” (Da Redação)

SERVIÇO

Peixe Fora d’Água - www.sympla.com.br/espacoculturalbricabraque
Temporada on-line: de 30 de abril a 9 de maio de 2021 | sexta a domingo 20h. Espaço Cultural Bricabraque. Ingressos:
Classificação: 12 anos | Duração: 50 minutos. GRÁTIS.

 

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