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Mesmo fechado, bar na Vila Haro manteve banca de alimentos para doação

Estabelecimento fez ação "quem tem põe, quem não tem pega" para ajudar mais necessitados

20 de Abril de 2021 às 12:59
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Banca de alimentos doados para pessoas necessitadas em frente ao Bar da Leste 015, na Vila Haro.
Banca de alimentos doados para pessoas necessitadas em frente ao Bar da Leste 015, na Vila Haro. (Crédito: Arquivo Pessoal)

Mesmo com o bar fechado por conta da fase emergencial entre os meses de março e abril, Moscatelli Júnior resolveu ajudar o próximo ao instalar uma bancada de alimentos para doação. O "Bar da Leste 015", localizado na rua Pedro José Senger, na Vila Haro, é um dos muitos exemplos de solidariedade que surgiram durante o período de crise causado pela pandemia de coronavírus.


"No período que fiz quarentena depois de pegar Covid, vi a dificuldade que as pessoas poderiam ter por não poder sair de casa para trabalhar, o medo que dá. Vi o tamanho da dificuldade das pessoas da vila onde eu moro, passando dificuldades e sem ter o que comer, com criança, não tendo condições de trabalhar", disse o dono do estabelecimento.


A inspiração para a bancada do "quem tem põe, quem não tem pega" surgiu após ver um vídeo com a mesma ideia em São Paulo. No início, Moscatelli comprou pão e mortadela para doar aos mais necessitados, mas atualmente a iniciativa cresceu com ajuda de outros moradores do bairro, que levam alimentos.


"Decidi fazer isso para ajudar pelo menos as pessoas do bairro. Peguei algumas coisas da minha casa para dar iniciativa e outros começaram a doar também. Graças a Deus, todos os dias tem um pouco e assim vai indo. Ficamos felizes em saber que podemos ajudar alguém", disse.

 

 
Ícaro Henrique, que mora ao lado do bar, ajuda durante o dia a olhar e divulgar a ação, que acontece todos os dias das 9 da manhã às 5 da tarde. Ele é entregador do iFood no período noturno, mas ainda assim arruma tempo para ajudar.


"A minha vida é igual a de qualquer cidadão, que precisa das coisas, e ele (Moscatelli) me ajuda muito. Trabalho no iFood à noite de bicicleta e me viro, mas não deixo de ajudar o próximo".


Ícaro explica que todos pegam os alimentos, sempre de pouco em pouco, "o essencial, porque se vem um e pega tudo, não tem para outro", e acredita que, em breve, a banca de alimentos será ainda maior.


"Quem puder ajudar, que tiver condições para doar um pacote de arroz ou feijão, o que sentir no coração, de comida, doa aqui no Bar da Leste. Não tem muita coisa, é pouquinho, mas se todo mundo ajudar, vai ficando bastante coisa. Eu tenho fé que daqui a um tempinho já vamos ter um monte de coisas (para doar), vamos colocar mais mesas e guardar no bar, até", finalizou.