Um morador de Sorocaba usou a criatividade para fugir da alta no preço do gás de cozinha. Com alguns tijolos e pedaços de madeira, ele transformou um fogão quebrado em um forno a lenha. Desde o ano passado, o preço do botijão de gás já acumula um aumento de 28% nas revendas da cidade.

Segundo os dados do monitoramento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os consumidores precisavam desembolsar, em média, R$ 88,85 por um botijão de cozinha em Sorocaba no levantamento realizado no último dia 11 de abril. No mesmo mês em 2020, o produto era vendido a R$ 69,45, em média.

“O botijão de gás está com preço de ouro. Eu paguei R$ 90,00 no mês passado”, conta o porteiro Luiz Antonio Feitosa, que mora com a mãe no Jardim Zulmira. Para economizar nas despesas do mês, ele decidiu usar um fogão que estava parado nos fundos da casa há cerca de um ano. “Eu já estava quase mandando ele para a reciclagem, quando comecei a ver uns vídeos na internet sobre churrasqueiras e forno a lenha. Eu vi que dava para fazer isso com o que eu tinha em casa”, diz

Feitosa afirma que a adaptação foi fácil e não teve custos para modificar o fogão. Ele retirou rebites e estruturas para dar espaço para lenha. Colocou o aparelho em cima de tijolos e acrescentou uma grelha, que segura a brasa enquanto esquenta o forno.

“Depois foi só procurar sarrafos ou pedaços de madeira na rua para queimar. A única parte que não dá para usar são as bocas do fogão, por que dependeriam da estrutura a gás”, detalha.

O morador garante que a primeira experiência com o forno adaptado foi um sucesso, quando fez uma receita de bolo de fubá na quarta-feira (28). Agora o porteiro já prepara um próximo passo mais audacioso: o forno improvisado deve garantir o frango a passarinho com batatas no almoço de domingo.

A ideia, daqui para frente, é adotar o forno a lenha na rotina da família. “Acho que vou conseguir economizar até 40% na despesa com gás. Isso sem contar que a comida a lenha é muito mais gostosa”, comenta.

As engenhocas de Feitosa já são conhecidas no Jardim Zulmira. Em dezembro do ano passado, ele improvisou um liquidificador como roçadeira para limpar algumas áreas da Praça Guerino Pietrobom. Na época, o investimento foi de apenas R$ 7,00. “É uma coisa que passou de pai para filho. Eu sempre fui movido pela curiosidade, então tento fazer essas adaptações. Se não der certo, vai para a reciclagem”, conta. (Jomar Bellini)