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Tráfico de mulheres

Vítimas são ouvidas na operação Harém

29 de Abril de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Amanhã (30), a Polícia Federal deve ouvir integrantes do grupo acusado.
Amanhã (30), a Polícia Federal deve ouvir integrantes do grupo acusado. (Crédito: DIVULGAÇÃO / POLÍCIA FEDERAL)

Como desdobramento da operação Harém BR, a Polícia Federal deve ouvir amanhã (30) suspeitos de integrar o grupo que praticava o tráfico internacional de mulheres para exploração sexual no Brasil e em outros países.

Ontem (28), os policiais federais começaram a ouvir as vítimas. A investigação acredita que o grupo tenha aliciado pelo menos 200 mulheres, entre elas menores de idade.

Na terça-feira (27), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra um grupo criminoso que traficava mulheres para exploração sexual. Cinco desses mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países.

A operação faz parte da operação Nascostos, que investigava um grupo de estelionatários que praticava fraudes na internet através da clonagem de cartões de crédito. Nessa operação foram descobertas compras de passagens aéreas para duas mulheres que viajaram para Doha, no Catar. Ao serem descobertas, elas relataram que eram vítimas de exploração sexual e cerceamento de direitos.

Posteriormente, os investigadores descobriram centenas de vítimas de exploração sexual, a maioria de São Paulo. Entre elas, havia menores de 18 anos. Um dos presos na terça-feira, em Foz do Iguaçu, teria mantido relações com menores. A rede de aliciadores era vasta, há suspeitas de aliciamento em concursos de misses dos estados, mas o trabalho principal era feito nas redes sociais.

Após o aliciamento, as mulheres viajavam para um determinado país e muitas delas sofriam pressão psicológica para estender a estadia e continuar o serviço de prostituição.

De acordo com estimativas dos delegados, pelos serviços, elas poderiam conseguir em uma única viagem até 50 mil euros. Após o período de exploração, que poderia durar semanas ou meses, todas elas retornavam ao Brasil. A investigação apurou que na lista de países para onde elas podiam ser levadas está o Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar ou Austrália.

Além disso, há indícios de que a quadrilha tenha se utilizado de documentos falsos para realização das viagens dessas mulheres. Os criminosos vão responder pelos crimes de tráfico de mulheres, favorecimento de prostituição de vulneráveis e falsidade ideológica. (Da Redação, com informações da Agência Brasil)