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Sorocaba

Empresa nega participação em esquema internacional de drogas

Caso é investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais

29 de Abril de 2021 às 00:01
Jomar Bellini [email protected]
Aeronave de empresa sorocabana foi apreendida em dezembro de 2020 na Paraíba.
Aeronave foi apreendida em dezembro de 2020, na Paraíba. (Crédito: DIVULGAÇÃO / PM PARAÍBA)

A empresa responsável pelo avião flagrado com drogas em dezembro do ano passado e que deu origem a uma operação da Polícia Civil na semana passada negou ter participação do esquema de tráfico internacional de entorpecentes investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).

Na quinta-feira (22), a Deic cumpriu seis mandados de busca e apreensão e outros cinco de prisão nas cidades de Sorocaba, Mogi das Cruzes, Santos e São Paulo. As investigações, que já ocorrem há cerca de cinco meses, identificaram o uso do aeroporto na logística e distribuição de entorpecentes. As drogas eram transportadas de Sorocaba para a região Nordeste do país e de lá seguiam rumo a Europa.

Em dezembro do ano passado foram presos no aeroporto de Catolé do Rocha (PB) alguns dos membros dessa organização com mais de 750 kg de cocaína em um avião que havia decolado do aeroporto de Sorocaba. O trabalho de investigação possibilitou a identificação de outros cinco suspeitos (além daqueles presos na Paraíba), que atuaram na logística de transporte até o aeroporto de Catolé do Rocha para o embarque no avião apreendido, bem como no armazenamento das drogas.

Na ação, um dos mandados de busca foi cumprido no hangar da empresa que era responsável pelo avião, no aeroporto de Sorocaba, com a apreensão de um celular. Em nota, a NHR Táxi Aéreo afirma que está colaborando com as investigações desde o fim do ano e que não tinha conhecimento do transporte de drogas, “conforme vem sendo demonstrado no inquérito policial que tramita na Polícia Federal de Patos/PB”.

Durante a operação, a empresa afirma que a polícia usou imagens das câmeras do aeródromo (área de pouso e decolagem de aeronaves) para identificar os responsáveis pelo carregamento do entorpecente em dezembro do ano passado. Isso, ainda segundo a NHR, teria apontado que nenhuma das pessoas possuiria relação com a empresa de táxi aéreo.

Procurada, a Deic informou que não divulga detalhes das ferramentas usadas para identificar os investigados, mas apontou que em dezembro não haviam câmeras no hangar da empresa. “Por enquanto não descartamos nenhuma vertente da investigação”, afirma o delegado Rodrigo Ayres.

A aeronave apreendida na Paraíba já foi liberada pela Justiça para voltar a operar. Atualmente, ela se encontra no hangar da empresa em Sorocaba, onde passa por manutenção.

Atualmente, o Aeroporto Estadual de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz é administrado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp). A reportagem questionou o órgão se o sistema de segurança do aeroporto não conseguiria impedir esse tipo de ocorrência e as possíveis ações a serem tomadas para evitar novos casos. O Daesp alegou que não é “investigado” na operação, já que o caso “envolve um hangar particular, que fica em uma área concessionada, onde o Departamento não tem poder de fiscalização”. (Jomar Bellini)