Chuva insuficiente e longe das cabeceiras não melhoraram o volume de Itupararanga. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (6/11/2019)

Embora tenha chovido nos últimos dias, o volume foi pouco e a represa de Itupararanga está operando com menos de 35% da capacidade, nível abaixo do normal para o período. A informação foi confirmada na tarde de ontem (10), ao Cruzeiro do Sul, pela Votorantim Energia, gestora da Usina Hidrelétrica de Itupararanga. O local abastece 80% do consumo de Sorocaba, além de atender outros municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Por outro lado, o consumo de água, na cidade, segundo o Saae, aumentou nos últimos dias.

De acordo com a Votorantim Energia, o reservatório de Itupararanga operava na tarde de quarta-feira com volume de 34,63% do volume útil do reservatório, o que é “considerado abaixo do normal para o período”, conforme ressalta a empresa. “Importante destacar que o reservatório está em volume de espera (aguardando o período de chuvas), iniciado no começo do mês de dezembro”, acrescenta a Votorantim, destacando ainda a prioridade na administração do líquido. “As operações estão direcionadas para garantir o abastecimento de água da região de Sorocaba e a vazão natural do rio Sorocaba”, completa.

Em 18 de janeiro de 2019, dentro do período considerado de chuvas, o reservatório operava com 43,28% da capacidade, percentual considerado. na ocasião, “administrável” pela empresa. Pouco mais de um ano depois, em 28 de fevereiro de 2020, o índice era de 59,61%.

Longe das cabeceiras

Entre as explicações para o baixo volume de Itupararanga, além de chuva em volume insuficiente, está o fato de ela ter ocorrido, em alguns casos, longe das cabeceiras que abastecem a represa. A notícia boa é que os institutos de meteorologia, incluindo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta chuvas diárias -- isoladas e periódicas -- para as cidades onde há nascentes de Itupararanga. A probabilidade aumenta a partir do dia 13 -- domingo --, com duração de ao menos dez dias.

Entre os municípios abastecidos por Itupararanga, além de Sorocaba, estão Votorantim, São Roque e Ibíuna, cujo local representa quase o total da captação feita pela cidade.

Demais represas

No sistema Castelinho/Ferraz, o índice era de 40% ontem. Crédito da foto: Fábio Rogério (10/12/2020)

Já no sistema Castelinho/Ferraz, o índice era de 40%, ontem (10), de acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae). O volume está bem acima do registrado, por exemplo, em outubro deste ano. A situação, naquele mês, fez com o Saae adotasse sistema de rodízio na distribuição de água para os bairros Éden e Cajuru, onde estão os usuários do sistema. Na ocasião, a represa operava com volume na casa dos 15%.

O sistema de rodízio, que afetou também Aparecidinha e a zona industrial, revezava com abastecimento de 12 horas por dia, da 6h às 18h, e das 18h às 6h, dependendo do local. A sistemática adotada pelo Saae durou ao menos 20 dias.

Ainda conforme o Saae, a represa Ipaneminha operava com volume de 90%. “São índices que permitem que a autarquia opere o sistema de captação, tratamento e distribuição sem sobressaltos ou preocupações, neste momento”, avalia a autarquia. Castelinho/Ferraz e Ipaneminha complementam o abastecimento de água de Sorocaba.

Consumo em alta

O Saae também aponta que o consumo tem aumentado nos últimos dias e faz um apelo à população. “Os níveis de consumo variam de acordo com o tempo e temperatura. Nesses dias de forte calor têm sido 20% acima da média considerada normal. A recomendação é sempre para o uso racional da água, com economia e evitando desperdícios”, orienta.

Conforme informado pelo Cruzeiro do Sul, na terça-feira (8), Sorocaba terá parte do abastecimento de água captada do rio Sorocaba. Os equipamentos do novo Sistema Produtor de Água Tratada, da Estação de Tratamento de Água (ETA) Vitória Régia, estão passando por testes e, após a avaliação, a nova unidade deve começar a funcionar em janeiro de 2021, de forma gradativa. (Marcel Scinocca)