Mulheres devem ter atenção redobrada com a fibromialgia
Doença crônica reduz qualidade vida, alerta a médica fisiatra Matilde Sposito. Crédito da foto: Divulgação
O “Dia Internacional da Mulher” também é uma data muito importante para se promover debates acerca das doenças crônicas que mais acometem o público feminino. Essas condições precisam ser amplamente conhecidas e devidamente tratadas, evitando que cheguem ao estágio de impossibilitar uma vida funcional, plena e ativa.
Entre as doenças que mais atingem as mulheres, está a fibromialgia, síndrome clínica que se manifesta a partir de dores em diferentes regiões, principalmente nos joelhos, quadril, cotovelos, ombros, costas e na região cervical, e que acabam se estendendo para todo o corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, de cada 10 pacientes com fibromialgia, de sete a nove são mulheres.
A principal faixa etária de incidência é dos 45 aos 65 anos. “Essa faixa etária também está ligada aos períodos de pré-menopausa e menopausa, quando surgem os distúrbios hormonais característicos, além de ser uma fase que apresenta uma maior tendência para o desenvolvimento da osteoporose. Juntando os três fatores, distúrbio hormonal, osteoporose e fibromialgia, a vida da mulher pode perder muito mesmo em qualidade de vida”, explica a professora dra. Matilde Sposito, médica fisiatra especialista.
Por ser caracterizada pela dor corporal generalizada, essa doença faz com que a pessoa evite se mexer e acabe por adotar um estilo de vida sedentário, o que contribui para o agravamento do quadro do paciente. Segundo explica a dra. Matilde, quanto mais tempo a pessoa fica parada, pior se torna a dor. “É necessário a realização de programas progressivos de fisioterapia e exercícios físicos, principalmente caminhada, para que a pessoa tenha uma diminuição da dor. Existem vários medicamentos e entre os mais usados estão os da família dos antidepressivos, visto que, normalmente, essa dor crônica e generalizada leva à depressão”, afirma a médica.
Outro tipo de tratamento que apresenta respostas muito positivas são os bloqueios de ponto-motor, em que são tratadas, por meio de uma mistura de anestésicos com anti-inflamatórios e miorrelaxantes, determinadas áreas do corpo, onde estão localizados os pontos principais de dor. Ao ocorrer esse “corte” no ciclo vicioso da dor, a tendência é que o paciente vá melhorando progressivamente.
Higiene do sono
Junto aos tratamentos avançados, dra. Matilde chama a atenção para a importância da chamada “higiene do sono”, que consiste na adoção de uma rotina de sono regulado. “As pessoas com fibromialgia normalmente dormem muito mal e, quando se dorme mal, você não produz endorfina, que é o analgésico natural do nosso corpo. Com isso, há um ciclo de dor e de falta de sono. Além disso, o sono é muito importante, pois minimiza as chances de distúrbios ansiosos ou depressivos, que acentuam o quadro de fibromialgia”, comenta a especialista.
Hábitos saudáveis, sono reparador e a prática de atividades físicas são os maiores aliados para uma vida livre dessa doença, juntamente à busca por um médico especialista, a partir do surgimento dos primeiros sinais de dor. “Não se deve deixar nenhuma dor se cronificar, pois isso dificulta muito o tratamento. Se a pessoa apresenta alguma dor, independentemente de onde seja, mesmo que não acometa vários lugares do corpo e não se caracterize como fibromialgia, é sempre indicado procurar o médico, antes que se torne algo insustentável e traga maiores consequências”, finaliza dra. Matilde. (Da Redação)
Mais informações: www.dramatildesposito.com.br ou ligue para: (15) 3229-0202, na clínica Ápice Medicina Integrada.