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Motoristas criticam acessos e traçados complexos na Raposo Tavares

03 de Novembro de 2019 às 07:23

Motoristas criticam acessos e traçados complexos na Raposo Tavares Os riscos de acidentes fazem parte da movimentação diária de carros. Crédito da foto: Fábio Rogério (29/10/2019)

A rodovia Raposo Tavares, no trecho urbano de Sorocaba entre os kms 91 (Brigadeiro Tobias) e 109 (divisa com Araçoiaba da Serra), reúne emaranhado de acessos complicados e traçados complexos em vários trechos. Ela continua sendo alvo de reclamações por parte dos motoristas que usam diariamente a pista.

Além das questões de engenharia de tráfego, a imprudência de condutores e pedestres agrava os problemas de segurança. Os riscos de acidentes fazem parte da movimentação de carros, motos, caminhões, bicicletas e pedestres na rodovia. O volume diário médio, medido no km 93,5, é de 52 mil veículos nos dois sentidos.

O motorista Rivail Gomes, 50 anos, trafega todos os dias pela rodovia e demonstra preocupação. “Para quem é de fora, caiu na faixa do meio, passou o acesso, perdeu o acesso, já era. Rodovia mal sinalizada, tem trechos perigosos, principalmente beirando a descida na região do Campolim.”

Motoristas criticam acessos e traçados complexos na Raposo TavaresO empresário Fábio Venturelli, 48 anos, vai direto ao ponto: “É um dos piores trechos de estrada que eu conheci. As curvas não dão estabilidade nenhuma. E existem as baixadas e subidas, poderiam ser trechos de retas. Foi uma forma meio perigosa de fazer a estrada.”

Prós e contras

Para Marcelo Correia Gimenes, 48 anos, a Raposo era ruim antes da duplicação, mas agora está boa. Elogiou principalmente as marginais nos dois sentidos de direção, que a seu ver facilitaram os acessos a todas as diferentes regiões da cidade.

O analista de transportes Manoel Fernandes, 53 anos, disse que a Raposo é uma boa estrada, mas não é segura por causa dos motoristas: “É muita imprudência, os motoristas não respeitam quando não tem policial rodoviário na pista.”

Ele faz restrições ao trecho de conexão com a rodovia Celso Charuri, altura do Jardim Eldorado. No local, os sentidos de direção se cruzam entre parte dos veículos que seguem para Brigadeiro Tobias e parte dos que tomam a direção da alça de acesso à Celso Charuri. E o ponto mais elevado desse acesso traz dificuldade para caminhões com cargas, aponta Fernandes.

O taxista Nilson Rocha, 49 anos, está preocupado com os veículos que saem da rua Antonio Aparecido Ferraz para entrar na marginal da Raposo. Isso porque, não há faixa de aceleração para quem acessa a marginal nesse ponto e tem que redobrar a atenção sobre o movimento de veículos na pista e que seguem no mesmo sentido.

O limite de velocidade é de 70 km/h, mas nem sempre é respeitado. Há uma empresa de bebidas na esquina desse acesso com a marginal, o que gera movimentação de carretas. O trânsito no local também recebe fluxo de outras empresas, moradores, escolas, baladas de fim de semana.

Engavetamento

Na tarde da última segunda-feira (28), um engavetamento entre quatro automóveis e uma motocicleta causou lentidão na Raposo Tavares. De acordo com a concessionária CCR ViaOeste, a colisão ocorreu no km 105 da via marginal da rodovia, sentido interior, por volta das 17h40. Duas vítimas leves foram socorridas e outras oito pessoas saíram ilesas.

Houve lentidão entre o local do acidente e o trevo de acesso à avenida Luiz Mendes de Almeida. Ainda conforme a CCR ViaOeste, às 18h45, uma hora depois da colisão, ainda havia congestionamento de cerca de um quilômetro no sentido interior. Essa ocorrência provocou repercussão nas redes sociais do Cruzeiro do Sul e as reações reforçam as preocupações dos usuários da rodovia ouvidos pela reportagem.

No local antigamente chamado Trevo da Morte, altura do Shopping Panorâmico, onde se localiza a conexão entre a divisa de Sorocaba e Votorantim no final da avenida Comendador Pereira Inácio, os carros que trafegam no sentido capital-interior e deixam a marginal da Raposo Tavares para acessar a via urbana, encontram o fluxo travado em congestionamentos nos fins de tarde e início de noite.

Travado

Dois quilômetros após o antigo Trevo da Morte, também no sentido capital-interior, nos fins de tarde e início de noite é rotina o fluxo de veículos ficar travado desde a aproximação do acesso de saída da marginal para a alça que leva à ponte Jorge Guilherme Senger, que liga as avenidas Antonio Carlos Comitre e Izoraida Marques Peres, junto ao Shopping Iguatemi/Esplanada. Rodar nesse trecho, nos horários de pico, vira teste de paciência.

A movimentação de ciclistas que usam os acostamentos das marginais também é frequente. O zelador Antonio Carlos Andrade, 59 anos, percorre esse trecho de bicicleta todos os dias entre os bairros de Brigadeiro Tobias, onde mora, e o Jardim Prestes de Barros, onde trabalha num condomínio. Ele admite o perigo nessa rotina, mas acha que o acostamento oferece segurança.

No trecho da altura do bairro Caputera, num fim de tarde na semana passada, a reportagem flagrou um motociclista que atravessou a rodovia para buscar uma mochila em automóvel, que estava parado do lado oposto, também no acostamento. Na pressa, ele conseguiu driblar a aproximação de veículos. Como mostra a foto nesta página, poucos metros o separam de dois caminhões em velocidade. O carro do lado oposto deixou o local após o motociclista pegar a mochila.

'Avenida de Sorocaba'

A rodovia Raposo Tavares tem perfil de uma grande avenida. A opinião é do advogado Renato Campestrini, especialista em Trânsito, Mobilidade e Segurança e colunista de Mobilidade Urbana da rádio Cruzeiro FM 92,3. (Carlos Araújo)

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