Espaço onde funcionou escola municipal e Unit tem sido alvo de vandalismo. Crédito da foto: Emidio Marques (24/8/2019)

Moradores da Vila Angélica estão preocupados com a possibilidade de invasão de um prédio público. A unidade pertence à Prefeitura de Sorocaba e está fechada e sem uso.

O prédio fica no Largo Monte Castelo, ao lado de uma escola municipal. O local já serviu de escola temporária para estudantes da rede municipal. Também já foi sede da antiga Unit (Universidade do Trabalhador).

Fechado há bastante tempo, o local já mostra sinais de vandalismo e deterioração, como vidros das janelas quebradas e parte de uma grade de arame forçada para a passagem de pessoas. Segundo os moradores do bairro, nos últimos meses a presença de pessoas em situação de rua nas proximidades é um indicativo da possibilidade de invasão do prédio municipal.

Eles afirmam ainda que já relataram a situação para a Prefeitura de Sorocaba, mas não tiveram retorno. Em resposta ao Cruzeiro do Sul, a administração municipal informou que está em estudos a possível reutilização do imóvel.

Situação de rua

Uma das moradoras da Vila Angélica, que preferiu não se identificar para evitar represálias, disse que as pessoas em situação de rua estão sempre nas proximidades do prédio fechado, entre as ruas Pedroso de Barros e Alameda Augusto Severo, e no período noturno costumam incomodar os moradores com brigas na rua.

“Eles deixam pertences e roupas nos locais onde passam a noite e durante o dia a gente quase não tem saído de casa por medo de furtos”, diz. De acordo com a moradora, as pessoas em situação de rua que estão circulando pelo bairro também têm jogado seus pertences, como roupas e até mochilas, dentro de uma escola estadual.

“Eles jogam pelo muro da escola e depois abordam professores saindo da escola e pedem que eles peguem os pertences deles. Temos que ficar trancados dentro de casa, pois até casos de pequenos furtos em residências estão sendo registrados nas proximidades”, conta.

Pessoas em situação de rua no bairro tem causado insegurança nos moradores. Crédito da foto: Cortesia

Outra moradora, que também preferiu não se identificar por medo, disse que as pessoas em situação de rua estão sendo vistos pelas ruas do bairro há cerca de três meses. Eles mudam constantemente de local e ficam deitados nas calçadas em frente às residências. A gente até fica com pena, mas até casos de furto no comércio local já estão ocorrendo”, aponta.

Segurança no bairro

Em relação à segurança no bairro, a Prefeitura informou que a Guarda Civil Municipal irá intensificar o patrulhamento.

Segundo dados do último levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Igualdade e Assistência Social (Sias), a quantidade de moradores em situação de rua tem aumentado nos últimos anos em Sorocaba. A Sias aponta que eles eram 443 em 2016 e em 2019 já somam 825, ou seja, quase o dobro.

Porém, os dados oficiais podem não corresponder aos números reais, já que as pessoas em situação de rua constantemente mudam de locais. Ainda segundo a Sias, ao longo de 2019 as equipes da Prefeitura já realizaram 728 abordagens a pessoas em situação de rua na cidade.

O município informa que possui o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, que ajuda estes cidadãos na inclusão de benefícios sociais, aquisição de documentos, contato com parentes e familiares, além de alimentação e local para a higiene pessoal e passar a noite. “A ajuda está disponível na “Casa Azul” (rua Rubens Antônio Nazaré dos Santos, 164, na Vila Rica). A “Abordagem Social” pode ser acionada pelos telefones (15) 3229-0777, 99657-0730 e 99841-6285. (Ana Cláudia Martins)

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