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Ministério Público pede à Justiça o afastamento da prefeita de Araçariguama

15 de Outubro de 2019 às 21:27

A prefeita de Araçariguama, Lili Aymar, e o marido, Carlos. Crédito da Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu na Justiça o afastamento imediato de Lili Aymar do cargo de prefeita de Araçariguama. O pedido foi feito nesta terça-feira (15) em uma ação civil pública que tramita na 1ª Vara Civil do Foro de São Roque.

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Lili é esposa de Carlos Aymar, preso na segunda-feira (14), acusado de cobrar e receber propina para liberar um empreendimento imobiliário na cidade. Ele foi preso dentro da Prefeitura de Araçariguama. Apesar de não ter cargo do Executivo, segundo a investigação, Aymar tinha poder de mando e até uma sala no prédio público.

Na ação, o MP alega que recebeu denúncia que motivou um inquérito civil em 2017. Nela, havia a informações no sentido de que Carlos Aymar, ex-prefeito de Araçariguama, estaria exercendo verdadeiramente as funções de prefeito municipal. Três representações foram recebidas com a mesma denúncia.

“A prisão em flagrante de Carlos Aymar na sala por ele mantida no interior da Prefeitura Municipal de Araçariguama, de onde realizava toda a atividade de comando do município, espanca por fim qualquer dúvida de que ele, e não Liliane, é o prefeito de fato de Araçariguama”, afirma em trecho da ação os representantes do MP.

Ainda segundo a instituição, Carlos Aymar ia verificar situações “a mando da prefeita” e se envolvia em perseguições contra funcionários públicos concursados. “A ousadia dos réus é tamanha que na placa de inauguração da sede administrativa “Pedro Ferreira da Silva” o nome de Carlos Aymar, pessoa totalmente estranha à Prefeitura Municipal, consta como representante da população na inauguração”, lembra o MP.

O Ministério Público cita ainda que houve situações em que Aymar discursou, como em uma inauguração da Secretaria de Esportes. “[Aymar] pede desculpas pelo atraso. Exalta que a prefeita está preocupada com o esporte e integrando as equipes para participação de evento esportivo. Liliane apenas aplaude atrás de Carlos Aymar”, acrescenta o MP.

Conforme o Ministério Público, em uma das denúncias, há amostras de como Aymar se comportava em redes sociais. “Carlos se vangloria de estar se dirigindo a Brasília para captar recursos para o município, sem qualquer menção à presença da prefeita eleita Liliane”, cita.

Como medida liminar, o MP pede na ação o afastamento de Lili ou a concessão de liminar, em tutela de urgência, para o fim de suspender imediatamente ela do cargo de prefeita municipal de Araçariguama, com prejuízo dos vencimentos, fixando multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

O MP pede também que, ao final, julgar procedente a ação para o fim de reconhecer a prática de ato de improbidade administrativa e aplicar a Liliana Medeiros de Almeida Aymar Bechara e Carlos Aymar Srur Bechara as sanções previstas na legislação. Além disso, o MP pede ainda a condenação ao ressarcimento do valor total da lesão ao erário, com atualização monetária pelos índices oficiais de correção e acrescidos de juros de mora na taxa legal.

Por fim, o MP pede a condenação do casal ao pagamento das custas, emolumentos, encargos e demais despesas processuais, inclusive eventuais perícias requeridas no curso do processo.

O pedido do MP é assinado pelos promotores Suzana Peyrer Laino Ficker, Wilson Velasco Junior e Washington Luiz Rodrigues. Até às 20h deste terça-feira (15), o processo estava na condição de “conclusos para decisão”.

A Prefeitura de Araçariguama afirmou que não foi notificada e, por isso, não se posicionará sobre o pedido do MP. (Marcel Scinocca)