Milhares de fiéis acompanham a Romaria de Aparecidinha
Foto: Fábio Rogério
Milhares de romeiros começaram o primeiro dia do ano-novo com demonstrações de fé na procissão que levou a imagem de Nossa Senhora Aparecida do Santuário de Aparecidinha para a Catedral Metropolitana de Sorocaba. Numa tradição de mais de 100 anos, os fiéis fizeram orações, pediram bênçãos e agradeceram graças recebidas com a solução de problemas de saúde, emprego, familiares.
O calor testou a resistência física dos romeiros. As pessoas percorreram os 16 quilômetros entre Aparecidinha e o centro da cidade debaixo de sol.
A romaria teve início pouco depois das 6h. Segundo avaliação da Guarda Civil Municipal (GCM), entre o bairro de Aparecidinha e a igreja de Santo Antonio, na avenida São Paulo, aproximadamente 5 mil pessoas participaram da procissão. O público varia ao longo do trajeto, pois entre os que fazem todo o percurso há os que acompanham o andor por alguns trechos e outros apenas aguardam a passagem da imagem da santa.
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Em frente à Santa Casa, onde houve uma parada de 50 minutos (das 9h35 às 10h25) para orações, o público foi calculado pela GCM em 1.500 a 2 mil pessoas. No trecho final da romaria, entre a Santa Casa e a praça Coronel Fernando Prestes, mais pessoas se incorporaram ao volume de fiéis em torno do andor, enquanto outras ficaram pelo caminho. O público que chegou à Catedral foi calculado pela GCM em mil pessoas.
O trajeto teve o acompanhamento de uma ambulância, de viaturas da GCM e da Polícia Militar, além de agentes de trânsito da Urbes. Na rua São Bento, entre o público que aguardava a chegada da imagem da santa, por volta das 10h30 uma mulher, identificada com problema de osteoporose, caiu e foi socorrida ao Hospital Regional, segundo informou a GCM. Eram 11h15 quando a imagem de Nossa Senhora Aparecida entrou na Catedral, onde foi realizada uma missa.
Tradicionalmente, como acontece todo ano, a imagem ficará na Catedral durante todo o primeiro semestre do ano, devendo retornar ao santuário de Aparecidinha, também em procissão, no segundo domingo de julho. E no primeiro dia de 2020 retornará à Catedral.
Foto: Fábio Rogério
Histórias de devoção marcam a romaria
Histórias de devoção se misturam entre os fiéis que acompanham as romarias de Aparecidinha. Ontem, a aposentada Plácida Godinho da Silva, de 78 anos, veio com a família de Piedade, município da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), especialmente para participar da procissão.
Na parada do público em frente à Santa Casa, Plácida, vendo muita gente com rosas nas mãos, queria um exemplar e só ficou tranquila quando recebeu uma flor de alguém que fazia a distribuição. “Ela é minha protetora, amo ela, ela me protege quando peço”, disse Plácida sobre a imagem da santa.
Um dos devotos mais assíduos da romaria é Reinaldo de Assis Camargo, de 47 anos, que acompanha a procissão desde que era bebê de colo. Ele habitualmente é visto próximo ao andor que leva a imagem.
Seu pai, João Batista, levava o filho desde que era bebê e agora não acompanha a romaria porque tem dificuldade de locomoção. Perguntado sobre o que o faz incluir essa programação na sua rotina todos os anos, na ida da imagem à Aparecidinha e no seu retorno à Catedral, Reinaldo responde com uma palavra escrita na frente da camiseta: “Fé.”
Mãe e filha, Terezinha Cecília Nunes, de 78 anos, e Silvana Aparecida Nunes Campos, de 47 anos, se orgulham de também acompanharem a romaria todos os anos, nos dois sentidos de direção. Sobre a força que as leva a fazer o percurso da romaria, elas respondem: “Muita fé, muitos milagres que a gente alcança.”
O casal Antonio Cesarino, de 80 anos, e Iracema Proença, de 73 anos, saiu a pé do bairro de Brigadeiro Tobias e aguardou a passagem da imagem na avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes. Iracema falou sobre a coincidência da romaria com o primeiro dia do ano-novo: “A gente pede que ela dê forças para nós, proteção, que ela nos ajude nas doenças, que abençoe nossas famílias. E agradecemos o que ela faz por nós até hoje.”
A imagem é precedida de outra, a de São Benedito, que vai à frente. Os passos são marcados por aplausos às imagens, vivas aos dois santos e cânticos religiosos. Em vários endereços, a passagem das imagens é saudada por moradores por distribuição de papéis picados e flores.
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