Mesmo com aumento de frota, ônibus ainda rodam cheios
No final da tarde de ontem, alguns ônibus estavam saindo cheios do terminal Santo Antônio, o maior da cidade. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/10/2020)
A Urbes -- Trânsito e Transportes anunciou que o transporte coletivo de Sorocaba voltou a ter 100% da frota circulando pela cidade, mas alguns usuários ainda não conseguem constatar essa normalização. Ontem (1º), entre 17h e 18h, a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul esteve nas imediações dos terminais para acompanhar o movimento. Alguns ônibus estavam saindo cheios do terminal Santo Antonio, como o da linha 44/1 -- Jardim Tatiana, onde passageiros tiveram que começar a viagem em pé nos fundos do veículo. Outros deixavam o local mais vazios para iniciar o itinerário. No terminal São Paulo, o movimento era mais tranquilo e as filas estavam menores.
Ricardo Maciel Mesquita utiliza o transporte coletivo com frequência e afirmou não ter sentido, no primeiro dia, as vantagens da circulação de 100% da frota. Recepcionista em um hospital e morador do Residencial Carandá, o passageiro disse continuar enfrentando problemas com a linha que atende a região. “Ainda não deu para sentir as mudanças. Espero até uma hora e meia pelo ônibus, que sempre chega atrasado. Isso fica ainda pior aos finais de semana, quando faço plantões e preciso chegar no horário”, contou.
Ricardo Mesquita relatou problemas na linha do Carandá. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/10/2020)
Mesquita também reclamou que os ônibus que atendem a região do Carandá ficam sempre lotados. O recepcionista destacou que os problemas já aconteciam antes da pandemia e que, algumas vezes, prefere utilizar serviços de transporte solicitados por aplicativos para não chegar atrasado no trabalho. “Essa já é uma preocupação que fica na cabeça”, completou.
A atendente Fernanda Batista Monteiro, que mora em Iperó e trabalha em Sorocaba, teve que lidar com uma novidade no retorno da totalidade da frota às ruas. A passageira não gostou que a linha 66 -- Ipatinga teve um horário suprimido, o que aumentou o espaçamento entre viagens e fez com que ela demorasse mais tempo para voltar para casa. “Chegava por volta das 18h30 antes e até durante a pandemia, hoje vou chegar por volta das 19h45. Além de estarmos cansados e estressados, temos que lidar com essa diferença”, declarou.
Fernanda Monteiro reclama de menos horários no Ipatinga. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/10/2020)
A Redação do Cruzeiro do Sul também recebeu reclamações sobre outras linhas, como 45 -- Retiro São João e 56 -- Iguatemi, que ainda estariam circulando com uma redução de ônibus feita na pandemia. A Urbes foi questionada sobre o número exato de ônibus à disposição, se a quantidade de veículos em circulação voltaria a ser a mesma de antes da pandemia e sobre reclamações da redução de veículos e linhas que atendem aos passageiros, mas não enviou resposta.
Ao anunciar o retorno da circulação de 100% da frota, a Urbes afirmou que a medida levava em conta a maior circulação de pessoas nas ruas, por conta da retomada gradual do comércio e serviços, e que visava o aumento da oferta de viagens e horários de ônibus. Durante a pandemia da Covid-19, o transporte público operou com 50% da frota. Em agosto, quando Sorocaba avançou para a fase amarela do Plano São Paulo, a Urbes chegou a anunciar um reforço de 25% a 40% no número de veículos em circulação, dependendo da demanda.
Máscaras
O uso de máscaras no transporte coletivo continua obrigatório para passageiros, motoristas e agentes de bordo. A determinação atende aos decretos municipal e estadual que obrigam o uso do equipamento de proteção nos ônibus e para circulação em locais públicos. (Erick Rodrigues)
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