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Mercado imobiliário cresce na cidade

20 de Dezembro de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Covid aquece mercado imobiliário Localização privilegiada e boa infraestrutura atraem profissionais da capital paulista. Crédito da foto: Divulgação / Construtora Planeta

Sorocaba continua atraindo investimentos no setor da construção civil. O mercado imobiliário se mantém aquecido e novas possibilidades de locação e compra de imóveis surgiram na cidade exatamente por conta da pandemia de Covid-19 e das novas necessidades de moradia.

Pesquisas sobre o setor apontam Sorocaba como destaque tanto no aumento da procura de imóveis para locação, o que elevou em até 13% o preço do aluguel na cidade em 2020; como também na compra de imóveis por investidores para atender a alta demanda por locação. Ou ainda para aqueles que encontraram no momento atual, com juros mais baixos, a oportunidade certa para adquirir um imóvel.

Para especialistas do setor, o home office e o isolamento social trazidos pela pandemia da Covid-19 serviram para elevar o interesse por imóveis em cidades do interior de São Paulo. E Sorocaba, pela sua localização privilegiada e boa infraestrutura, acabou servindo de moradia, principalmente, para profissionais que trabalhavam na capital paulista e que passaram a morar no interior, sobretudo para ter uma melhor qualidade de vida para trabalhar de forma remota.

Com a procura elevada, praticamente inexistem casas de alto padrão em condomínios fechados na para locação. Com preços de aluguel mais barato do que os praticados na capital paulista, por exemplo, muitos profissionais vieram morar no interior.

Como a procura por esse tipo de imóvel em Sorocaba foi grande, cidades vizinhas, como Itu e São Roque, também sentiram aumento na procura por casas em condomínios e loteamentos fechados. A alta demanda contribuiu para elevar o preço de aluguel nessas cidades, mas em Sorocaba a elevação foi maior.

Uma pesquisa do portal Zap, que administra alguns dos maiores classificados de imóveis on-line do País, fez um levantamento para mostrar a variação do preço médio de locação em cinco cidades do interior de São Paulo, que estão entre as mais buscadas nas plataformas: Campinas, Jundiaí, Piracicaba, São José dos Campos e Sorocaba.

De acordo com os dados, a variação do preço médio do metro quadrado para locação foi maior em Sorocaba, principalmente no acumulado do 2° e do 3° trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Na cidade, o aumento no preço do aluguel chegou a 13%. Nos demais períodos, o aumento foi menor: 2,1% no 3º trimestre 2020 ante o 2º trimestre deste ano; 0,8% no 2° trimestre de 2020 ante o 1º trimestre deste ano, e 5,3% no 1º trimestre de 2020 ante o 4º trimestre de 2019.

Região lidera ranking de lançamentos

Pesquisa de mercado de loteamentos no Estado, realizada pelo Secovi-SP, também aponta a Região Administrativa (RA) de Sorocaba como destaque no número de loteamentos lançados em 2020. Nos primeiros nove meses deste ano, foram lançados 4.616 lotes na RA de Sorocaba, ficando à frente da RA de Campinas (4.566 lotes) e da RA de Ribeirão Preto (3.560 lotes). O que significa que a RA de Sorocaba ficou em primeiro lugar, no período, entre as 14 RAs pesquisadas. A RA de Sorocaba lançou nos nove primeiros meses deste ano 1,09% mais loteamentos do que a RA de Campinas e 22,88% acima da RA de Ribeirão Preto.

Já na comparação do maior Valor Global Lançado (VGL), a RA de Sorocaba, com R$ 377 milhões, ficou atrás somente da RA de Campinas, cujos lançamentos somaram R$ 517 milhões.

A pesquisa apontou ainda que as 65 cidades pesquisadas lançaram 9,2 mil lotes residenciais no terceiro trimestre de 2020, divididos em 22 loteamentos, resultando na média de 416 lotes por empreendimento. Comparado com o 3º trimestre do ano anterior, quando foram lançados 7,3 mil lotes, houve aumento de 26%, resultado que demonstra recuperação após o impacto causado pela pandemia da Covid-19 e a quarentena instaurada no Estado, desde o final de março.

No acumulado de janeiro a setembro de 2020, a pesquisa apurou o lançamento de 20,8 mil lotes, quantidade 5% inferior ao mesmo período de 2019, quando foram lançados 22,0 mil lotes. Ainda conforme os dados, os 9,2 mil lotes lançados no 3º trimestre de 2020 somaram um VGL de R$ 846 milhões, volume 1% inferior ao lançado no mesmo período de 2019 (R$ 853 milhões). De janeiro a setembro de 2020, os lançamentos totalizaram R$ 1,857 milhão, também apresentando redução em relação a 2019, quando foram lançados R$ 2,464 milhões (-25%).

O levantamento do Secovi-SP também mostrou que no 3º trimestre de 2020, foram comercializados 10,1 mil lotes nas cidades pesquisadas, quantidade 4% superior à registrada no mesmo período de 2019 (9,8 mil lotes). Analisando os dados acumulados de janeiro a setembro de 2020, a pesquisa apurou a comercialização de 27,5 mil lotes, quantidade estável em relação ao mesmo período de 2019, quando também haviam sido vendidos 27,5 mil lotes.

As cidades pesquisadas comercializaram um total de R$ 1,479 milhão no 3º trimestre de 2020, montante 26% superior ao registrado no mesmo período de 2019. No acumulado de janeiro a setembro de 2020, as vendas totalizaram R$ 3,989 milhões, também apresentando aumento em relação a 2019, quando foram vendidos R$ 3,335 milhões (20%).

Construtora registra alta de 71%

A Construtora Planeta apresentou crescimento de 71% no segundo semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2019. Apesar da pandemia, o presidente da construtora, Ricardo Guimarães, afirma que a empresa manteve os lançamentos previstos e os planos de investimentos em Sorocaba.

Segundo ele, o crescimento médio durante todo o ano de 2020 foi de 30%. “O mercado vinha se recuperando em janeiro e fevereiro; em março, quando veio a pandemia, realmente começou a apresentar queda. Porém, a recuperação veio antes de julho, e os meses seguintes foram de crescimento”, destaca.

Guimarães disse ainda que para 2021 estima crescimento de 35% no volume de lançamentos na cidade. Além disso, com juros mais baixos para a aquisição de imóveis, o momento é favorável para a compra. “Para 2021 temos sete projetos, entre Sorocaba e Votorantim. Com isso, o setor gera empregos e renda para essas cidades. Mesmo na pandemia, tivemos que contratar mais e aumentar em 15% o número de profissionais, entre equipes de obras, vendas e administrativo, entre outros”, aponta o presidente da Planeta.

Guimarães ressalta ainda que durante a pandemia investidores compraram imóveis para locação, já que tal modalidade está aquecida. “Percebemos também essa alta na procura por imóveis para locação, o que também ajudou a vender imóveis novos. E, para a pequena parcela de imóveis que temos para locação, a procura também foi alta”, destaca. (Ana Claudia Martins)